O Teatro do Vestido realiza a 14 e 15 deste mês, sexta-feira e sábado, na Galiza, Espanha, duas palestras performativas sobre a memória política portuguesa da ditadura, do colonialismo e da Revolução de Abril, até novembro de 1975.
‘O Quotidiano das Mulheres’ e ‘O Bairro das Ex-Colónias’ são os títulos das palestras que o Teatro do Vestido dá na sala Ingravida (Rúa Pérez Leirós, 3, Baixo), na localidade galega de O Porriño, informou o coletivo teatral.
As duas palestras performativas, como as designa a diretora do Teatro do Vestido, Joana Craveiro, exploram as linguagens e os dispositivos cénicos com que o coletivo que dirige tem vindo a abordar a memória política portuguesa desde o alvor da ditadura, em 1926, até à sua queda, em 1974, da Revolução, desde abril de 1974 a novembro de 1975, assim como do colonialismo português e do processo de descolonização que sucedeu à queda do regime, em 25 de Abril.
Objetos, imagens, arquivos privados com recolha de testemunhos de agentes e de intervenientes diretos, e uma profunda pesquisa bibliográfica estão na base do trabalho do Teatro do Vestido que documenta, interpela e questiona as transmissões da que é denominada como história oficial, propondo novas narrativas a partir da pequena memória de pessoas cuja história nunca foi contada.
A primeira das duas palestras, representativas do trabalho que a companhia tem realizado nos últimos anos, ‘O Quotidiano das Mulheres’ aborda a sua ausência das grandes narrativas históricas e, em simultâneo, os seus múltiplos papéis nesse tempo que foi o processo revolucionário português, de 1974 a 1975 ou mesmo a 1976. “É difícil dizer quando acabou” esse período, defende a companhia.
Já em ‘Bairro das Ex-Colónias’, a segunda parte do díptico, surgem algumas histórias do colonialismo português e da perda de uma “ideia de império” por parte de uma geração que não o viveu diretamente, mas recebeu-o através da memória dos pais.
“O que fica disto tudo”, “Quanto tempo até que toda a memória se perca” foram algumas das questões levantadas pelo Teatro do Vestido e pessoas que embora não tivessem respostas para as perguntas tinham a sua
Teatro do Vestido leva memória da revolução e da ditadura à Galiza
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