A Sagres esteve fundeada na Baía de Guanabara e atracou na tarde de ontem, 10 de fevereiro, no Cais Armazém nº 7, onde está aberta a visitas até ao dia 14. O navio-escola português permanecerá no Rio da Janeiro até ao dia 15.
“Hoje foi o dia de suspender ferro e efetuar a fase final da navegação a fim de atracar no cais Armazém n.º 7 no Rio de Janeiro. Antes de atracarmos, cumprimentou-se terra efetuando tiros de salva. Dispararam-se 21 tiros de salda e receberam-se os mesmos 21 tiros vindos do Centro de Instrução Almirante Waden Kolk, na Ilha das Enxadas”, lê-se no diário de bordo.
O navio-escola chegou ao porto da Cidade Maravilhosa através das águas da Baía de Guanabara, a reentrância costeira que deu nome à embarcação quando esta pertencia à Marinha do Brasil.
O dia de atracação é sempre um dia muito preenchido, mas nem por isso os aniversários a bordo foram ignorados. No dia 10, o aniversariante foi Daniel Silva, marinheiro da classe de eletromecânico, natural do Porto e que completou 23 anos.
“Uma agenda muito rica entre Portugal e o Brasil”
O NRP Sagres recebeu o ministro da Defesa Nacional português, João Gomes Cravinho, o Ministro da Defesa Nacional do Brasil, Fernando Azevedo e Silva, o Embaixador de Portugal no Brasil, Jorge Cabral, o Comandante da Marinha do Brasil, Ilques Barbosa Júnior, e outras entidades para um almoço protocolar.
Mais de um mês a navegar à vela, após ter saído de Portugal no dia 5 de janeiro para uma viagem de circum-navegação, o navio-escola Sagres atracou no Brasil, “num ciclo que se completa”, segundo o ministro da Defesa Nacional de Portugal.
“Há uma agenda muito rica entre Portugal e o Brasil, e digamos que a cereja no topo do bolo foi poder ser anfitrião do ministro da Defesa do Brasil, num almoço aqui, no navio ‘Sagres’, que é um navio que em tempos pertenceu à Marinha do Brasil. Nessa altura tinha o nome de Guanabara, que é esta magnífica baía em que estamos hoje e, portanto, há aqui todo um ciclo que se completa”, disse João Gomes Cravinho aos jornalistas.
A Sagres esteve fundeada na Baía de Guanabara e está atracada no Cais Armazém nº 7, onde irá estar aberto a visitas nos seguintes horários:
11 de fevereiro, das 10h às 12h e das 14h às 18h
12 de fevereiro, das 10h às 12h e das 14h às 16h
13 de fevereiro, das 10h às 12h e das 14h às 18h
14 de fevereiro, das 10h às 12h e das 14h às 18h
142 elementos, 371 dias, 23 portos
Para esta volta ao mundo, que se insere nas celebrações do quinto centenário da circum-navegação de Fernão de Magalhães, o navio-escola leva a bordo uma guarnição de 142 elementos. Ao todo, durante a viagem, serão içadas 20 bandeiras, além da portuguesa, nos 23 portos em que o Sagres vai fazer escala.
Um dos principais momentos da viagem acontecerá a 20 de outubro, em Punta Arenas, no Chile: vai coincidir com uma reunião com o navio-escola espanhol Juan Sebastian Elcano (o navegador espanhol que integrou a frota de Fernão e Magalhães e que, com a morte do navegador português, completou a viagem de circum-navegação do globo.
Antes porém, o NRP Sagres vai participar em Dili nas celebrações do 10 de Junho (Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas) e será a ‘Casa de Portugal’ nos Jogos Olímpicos em Tóquio, entre 18 e 27 de julho.
A 30 de dezembro chega a Portugal, mais precisamente, a Ponta Delgada, nos Açores, estando o regresso a Lisboa agendado para 10 de janeiro de 2021.
O NRP Sagres é um grande veleiro com 90 metros de comprimento, três mastros e armação em barca, construído nos estaleiros navais Blohm & Voss, na Alemanha, em 1937, tendo recebido o nome de ’Albert Leo Schlageter’.
Foi o terceiro de uma série de quatro navios construídos para a marinha alemã. Em 1962, foi incorporado na Marinha Portuguesa como navio-escola e com o nome Sagres. Celebrou 80 anos em 2017, 55 dos quais com a bandeira de Portugal.
A par da instrução dos cadetes da Escola Naval, o NRP Sagres leva um pouco de Portugal aos portugueses da diáspora, contribuindo para o estreitar dos laços entre as comunidades e as suas origens.
O NRP Sagres é o navio mais condecorado da Marinha Portuguesa e o único a ostentar condecorações estrangeiras no respetivo estandarte nacional. É comandado pelo Capitão-de-fragata António Manuel Maurício Camilo.