Segundo o Bastonário da Ordem dos Médicos, nos próximos três anos, cerca de 40% dos médicos que prestam cuidados de saúde no distrito de Bragança atingem a idade da reforma e o Governo terá de tomar medidas.
“O interior está numa situação muito difícil e, no distrito, de Bragança a situação está pior. Há uma percentagem muito elevada de médicos, que ronda os 40%, que está a atingir a idade da reforma nos próximos três anos”, disse Miguel Guimarães, que falava à Lusa em tempo de balanço de uma visita a este território, enquadrada na iniciativa ‘Médicos em Missão’ que decorreu no fim de semana.
O Bastonário defendeu que o Estado vai ter “dificuldades” em arranjar médicos que queriam trabalhar no Nordeste Transmontano.
“Os médicos que atingem (agora) a reforma, chegaram numa situação muito particular, enquadrados no programa ‘Serviço Médico à Periferia’, e muitos acabaram por ficar a trabalhar neste locais, onde constituíram as suas famílias. Como não tem havido uma preocupação do ministério [da Saúde] em reforçar as equipas mais velhas, há unidades de saúde que podem ficar desfalcadas”, explicitou o bastonário da Ordem dos Médicos.
Para Miguel Guimarães, a renovação das equipas médicas “tem de ser feita com tempo”, dando como exemplo a situação vivida no Centro de Saúde de Vimioso, onde o clínico observou que, “se amanhã saírem os três médicos que estão nesta unidade, a mesma pode ficar sem clínicos”.
O também clínico defendeu que é preciso ter uma “estratégia” em matéria de saúde para as regiões mais carenciadas, “para não haver um país que funciona a dois tempos”.
Miguel Guimarães referiu que o Governo “terá de ver a idade dos médicos que trabalham no Nordeste Transmontano, para tentar recrutar outros médicos mais jovens para a região”.
“No caso dos médicos, a situação no distrito de Bragança é muito preocupante, dada a idade avançada dos clínicos”, concluiu.
Fonte da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste avançou à Lusa que tem ao seu serviço 143 médicos de Medicina Geral e Familiar.
“Deste 143 médicos, 92 são do quadro, 25 são prestadores de serviços e 26 são internos”, indicou a fonte. A ULS Nordeste tem à responsabilidade 14 centros saúde e três unidades hospitalares.
Ordem alerta que 40% dos médicos de Bragança pode reformar-se nos próximos 3 anos
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