Fecho de duas fábricas de calçado em Oliveira de Azeméis deixa 110 no desemprego

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O encerramento das fábricas de calçado Catalã e Jomica, ambas em Oliveira de Azeméis e pertencentes ao mesmo proprietário, vai deixar 110 pessoas no desemprego, anunciou  a coordenação distrital de Aveiro do Bloco de Esquerda (BE).  De acordo com o partido, a primeira dessas unidades empregava cerca de 90 funcionários e a segunda aproximadamente 20, tendo todo o pessoal sido dispensado esta manhã, quando a administração lhes comunicou que “só na próxima semana podia passar a documentação para os trabalhadores terem acesso ao fundo de desemprego”.
O BE classifica a situação de “estranha”, considerando que as empresas “têm em mãos uma encomenda de cerca de 14.000 pares de sapatos para o estrangeiro”, e já questionou o Governo sobre o assunto, procurando apurar se as firmas estão em insolvência, têm dívidas para com a Segurança Social, receberam fundos comunitários em anos recentes e vêm sendo acompanhadas pela Autoridade para as Condições do Trabalho.
“Estamos perante um problema social grave, com impactos na região. O Governo deve desenvolver medidas de caráter urgente para minimizar as sequelas destO despedimento tanto para os trabalhadores como para os seus familiares”, diz o BE.
A dirigente do Sindicato dos Operários da Indústria de Calçado, Malas e Afins dos Distritos de Aveiro e Coimbra revela que, ao ser informada esta manhã do encerramento da fábrica, solicitou uma conversa com o administrador e ele se recusou a isso.
“É empresa que nunca esteve disponível para o diálogo”, disse Fernanda Moreira à Lusa.
Em atraso só está “metade do salário de janeiro, mas o patrão comprometeu-se a liquidá-la quando o último cliente lhe pagasse”, o que a sindicalista espera ver concretizado na próxima semana.
Por esclarecer está o motivo do encerramento e Fernanda Moreira nota que, além de não dar explicação para o fecho, o administrador ainda “avisou que, se o pessoal quiser a insolvência, têm que ser os trabalhadores a pedi-la, para serem eles a pagar as custas”.
A dirigente sindical anuncia, por isso, que o caso “vai dar origem a um processo em tribunal, porque há regras legais a cumprir nestas situações e os patrões não podem passar por cima delas”.
A Lusa tentou ouvir a administração da Indústria de Calçado Catalã S.A. e da Jomica Lda., mas mas tal não foi possível até ao momento.
Segundo dados da Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Sucedâneos (APICCAPS), a Indústria de Calçado Catalã – detentora da marca “Catalá” – foi fundada em 1987 pelos irmãos Carlos, João e Miguel Queirós e começou por empregar apenas cinco operários, crescendo no período de 30 anos para uma empresa “com mais de 100 pessoas em duas fábricas diferentes”.
Dessas, a Catalã “produz calçado feminino (…) e a Jomica só fabrica componentes” para a casa-mãe.
Fernanda Moreira recorda que os proprietários dessas duas unidades também já detiveram a fábrica O.Q. Indústria de Calçado, S.A., que em 2017 foi destruída por um incêndio no município de Castelo de Paiva, também no distrito de Aveiro.
“O Estado assumia 85% do prejuízo para ajudar a fábrica a reabrir, mas os donos disseram que, se não fosse 100%, não estavam interessados e, como não podia haver regras diferentes para umas empresas e outras, eles preferiram fechar de vez”, declara a dirigente sindical.
O processo para a O.Q. obter da seguradora a indemnização pelos prejuízos provocados por esse incêndio “também ainda está em tribunal”.

 

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