Rotas napoleónicas são “importantes” por portugueses e espanhóis

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Autoridades portuguesas e espanholas consideraram hoje o projeto das rotas napoleónicas “importante” para o desenvolvimento dos territórios de ambos os lados da fronteira e também para o combate ao despovoamento.

O projeto luso-espanhol NAPOCTEP, que tem como objetivo criar um produto turístico de qualidade baseado no património do período napoleónico nas regiões de Castilla y León (Espanha) e no Centro de Portugal, foi hoje apresentado em Ciudad Rodrigo (Espanha), na reunião do 2.º comité da direção da iniciativa.

No encontro, Estrella Torrecilla, diretora geral de Turismo da Junta de Castilla y León considerou o plano “importante” porque aposta “num produto turístico de qualidade”.

Segundo a responsável, o produto turístico associado ao NAPOCTEP é passível de internacionalização por envolver a figura de Napoleão Bonaparte, que é “a segunda mais procurada pelos internautas de todo o mundo, a seguir a Jesus Cristo”.

O autarca de Ciudad Rodrigo, Marcos Iglesias, também considera a iniciativa como sendo “importante para a coesão de Espanha e de Portugal” e uma ferramenta que pode contribuir para contrariar o despovoamento humano nos territórios de fronteira.

O NAPOCTEP também servirá para “dar visibilidade ao património transfronteiriço” e valorizar aspetos relacionados com as invasões napoleónicas.

“Todos nós estamos comprometidos com este projeto porque todos lhe reconhecemos valor”, disse Jorge Brito, secretário executivo da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, entidade que lidera o processo.

O responsável disse no encontro esperar que no final deste ano já esteja no terreno um “produto corporizável e materializável”, uma vez que em 2021 se comemora o bicentenário da morte de Napoleão Bonaparte.

“Ainda este ano, nas comemorações da Batalha do Buçaco, que decorrem no terceiro trimestre, nós iremos anunciar algumas das iniciativas concretas que iremos implementar durante este projeto”, acrescentou.

O projeto, que arrancou em julho de 2019 e terminará em 2021, tem estado na fase de levantamentos, de estabelecimento de soluções tecnológicas e criativas.

Seguem-se ações relacionadas com a criação de itinerários (dez rotas diferentes relacionadas, por exemplo, com movimentos de tropas e personagens históricas), marca e sinalética.

A Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM-BSE), também envolvida no projeto, considera o mesmo como sendo uma mais-valia para a região, tendo em conta que as rotas napoleónicas existentes em outros países europeus “têm uma procura muito grande”.

“Pretende-se vender um produto turístico, suportado numa base histórica sustentável”, disse Carlos Martins, secretário executivo da CIM-BSE.

O projeto NAPOCTEP, com um orçamento de 711 mil euros, foi aprovado na segunda convocatória do programa europeu de cooperação territorial INTERREG POCTEP (Espanha-Portugal) e é composto por um consórcio liderado pela CIM Região de Coimbra.

O consórcio envolve outras entidades como a CIM-BSE, o Turismo Centro de Portugal, a Associação Histórica Linhas de Torres, a Junta de Castela e Leão, a Fundação do Património Histórico Santa Maria la Real, a Fundação Finnova e o SEGITTUR.

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