O Caminho da Geira e dos Arrieiros levou ao aumento o número de peregrinos que partiu de Braga com destino Compostela, em 2019.
Os peregrinos que seguiram por este caminho, fizeram crescer em 32,3%, em relação ao ano anterior, as deslocações de Braga a Santiago de Compostela,
Segundo o gabinete de imprensa da Catedral de Santiago, que 786 pessoas iniciaram em Braga diferentes caminhos, mais 192 (32,3%) do que no ano anterior. No entanto, excluindo os que percorreram o novo itinerário, regista-se um decréscimo de 594 peregrinos em 2018 para 559 no ano passado (-35 ou -5,9%).
“Estes dados estatísticos, referentes aos peregrinos que receberam a Compostela – o documento comprovativo do cumprimento da jornada – significam que o Caminho da Geira e dos Arrieiros contribuiu de forma decisiva para a subida registada, ao ser percorrido por 367 peregrinos em 10 meses”, informam os dinamizadores deste caminho.
A maioria partiu de Braga (227), seguindo-se Castro Laboreiro (104), Entrimo e Ribadavia (com oito cada). Há ainda registo de peregrinos que começaram em Berán, Lóbios, Terras do Bouro, Gerês e Cortegada.
Os portugueses constituem o maior grupo (80%), havendo ainda registo da passagem de italianos, suíços, franceses, brasileiros, polacos e holandeses.
Além dos peregrinos que receberam a Compostela (e, como tal, entraram nas estatísticas), a associação espanhola Codeseda Viva – uma das que trabalha no sentido de promover e valorizar este caminho – considera que muitos outros o fizeram, apontando uma estimativa global de 850 pessoas.
Caminho com 240 quilómetros
O Caminho da Geira e dos Arrieiros, que liga as duas cidades na distância de 240 quilómetros, foi reconhecido pela Igreja a 28 de março do ano passado.
Nessa data, o delegado de peregrinações do cabido da Catedral de Santiago, o deão Segundo L. Pérez López, assinou um certificado onde refere que o traçado cumpre “as condições de outros caminhos de peregrinação” e por isso “concede a Compostela” a quem o percorrer.

Os portugueses constituem o maior grupo de peregrinos que seguem pelo Caminho da Geira (80%), havendo ainda registo de italianos, suíços, franceses, brasileiros, polacos e holandeses
A Associação Jacobeia do Caminho Minhoto Ribeiro e a Associação Codeseda Viva, bem como outras organizações envolvidas no projeto – como a que congrega as autarquias espanholas da região – pretendem a sua oficialização até ao Ano Santo Jacobeu de 2021.
Estas organizações alertam que, para já, o novo caminho não possui rede de albergues, nem está marcado na totalidade com setas amarelas, pelo que os peregrinos devem usar GPS e ter redobrados cuidados no planeamento e preparação.
A Compostela é emitida a quem complete o Caminho de Santiago, percorrendo no mínimo os últimos 100 quilómetros a pé ou a cavalo, ou 200 quilómetros em bicicleta, e que declarem tê-lo feito por motivos religiosos ou religiosos/espirituais.
A validação dos quilómetros faz-se através da Credencial do Peregrino, que deve ostentar no mínimo dois selos por dia, nos últimos 100 ou 200 quilómetros, conforme o método utilizado, obtidos de preferência em estabelecimentos ou instituições ligados à Igreja e ao Caminho de Santiago.
O Serviço de Peregrinos da Catedral de Santiago de Compostela emite, em iguais condições, o Certificado de Distância, um documento que valida o número de quilómetros feitos.
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