A 02 de fevereiro, a partir das 15h, no Terreiro D. João V, acontece o concerto concerto inaugural do restauro dos carrilhões do Real Edifício de Mafra, monumento recentemente classificado como Património Mundial pela UNESCO.
Quase 20 anos depois de terem parado, os carrilhões, que já não tocam desde 2001, vão voltar a ouvir-se pelas mãos e pés de “reputados carrilhanistas nacionais e estrangeiros” num evento aberto a toda a população.
O concerto integra o ‘Festival Internacional de Carrilhão de Mafra 2020 – O Legado’, englobando recitais e palestras.
Depois do restauro dos seis órgãos históricos, inaugurado em 2010, a reabilitação dos carrilhões e dos sinos “vem reforçar uma das singularidades do palácio”, a sua monumentalidade, ao ter o maior conjunto sineiro, a nível mundial, e seis órgãos históricos a tocarem em conjunto, únicos no mundo, disse Mário Pereira, diretor do Palácio Nacional de Mafra.
Cada uma das torres do Palácio contém um carrilhão e respetivos sinos musicais, um relógio (sinos de horas) e parte de um conjunto sineiro de serviço litúrgico (sinos de bamboar), distribuído por ambas as torres, perfazendo um total de 119 sinos, informa a Câmara Municipal de Mafra numa nota de imprensa.
Apesar de as obras de restauro englobarem os dois carrilhões, só o da torre sul vai ficar a funcionar.
A cerimónia que assinala o restauro dos carrilhões começa com a bênção dos sinos pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, as intervenções das entidades oficiais e o concerto inaugural, que integrará a estreia da obra ‘Requiescat in pace Bizarro’, composta para o carrilhão da Torre Norte, interpretada pelo Grupo de Sineiros de Levache. Na Torre Sul, os protagonistas serão os carrilhanistas Abel Chaves, Francisco José Alves Gato e Liesbeth Janssens.

Cada uma das torres do Palácio contém um carrilhão e respetivos sinos musicais, um relógio (sinos de horas) e parte de um conjunto sineiro de serviço litúrgico (sinos de bamboar), distribuído por ambas as torres, perfazendo um total de 119 sinos,
“Para os recitais e para o concerto inaugural, comemorando o legado dos Carrilhões de Mafra, foram escolhidos reputados instrumentistas herdeiros desta importante tradição”, informa a nota da a autarquia.
Vão atuar Koen Van Assche e Liesbeth Janssens, carrilhanistas de Antuérpia – cidade da fundição de Willem Witlockx, autor do instrumento da Torre Sul.
Atuará ainda Marie-Madeleine Crickboom, carrilhanista em Liège – cidade da fundição de Nicolau Levache, autor do instrumento da Torre Norte, e Luc Rombouts, titular do instrumento de Tienen, cidade belga onde se encontra o outro carrilhão Witlockx sobrevivente.
Frank Deleu, carrilhanista consultor nesta empreitada, Francisco José Alves Gato, carrilhanista no Palácio Nacional de Mafra e herdeiro de uma tradição familiar de carrilhanistas locais, Abel Chaves, carrilhanista no Palácio Nacional de Mafra e consultor na obra de restauro e Ana Elias, instrumentista portuguesa que iniciou os seus estudos neste carrilhão, completam o leque de músicos que vão atuar no concerto.
O Palácio Nacional de Mafra vai manter um programa de concertos de carrilhões ao longo do ano, com a participação de carrilhonistas de todo o mundo, que está a ser ultimado, para ser anunciado, adiantou o diretor Mário Pereira, à Lusa.
A intervenção de restauro, orçada em 1,5 milhões de euros, começou no verão de 2018, depois de, nesse inverno, terem sido adotadas interdições de circulação no local, por sinos e carrilhões ameaçarem cair com o mau tempo. O concurso público tinha sido lançado em novembro de 2015.
Os sinos, alguns a pesarem 12 toneladas, estavam presos por andaimes desde 2004, para garantir a sua segurança, pois as respetivas estruturas de suporte, em madeira, estavam-se apodrecidas.
Na altura, os carrilhões de Mafra foram classificados como um dos ‘Sete sítios mais ameaçados na Europa’, pelo movimento de salvaguarda do património Europa Nostra.