Investigadora do Porto recebe apoio da FLAD para estudar cancro do pâncreas

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A Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) atribuiu um apoio a Carolina Ruivo, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto (i3S).
O financiamento da FLAD, de nove mil euros, vai permitir à investigadora portuguesa desenvolver o seu trabalho no prestigiado MD Anderson Cancer Center, no estado do Texas, EUA, para estudar os tumores pancreáticos.
A estudante do doutoramento em Ciências Biomédicas do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) vai estudar concretamente “a forma como as células tumorais comunicam entre si através de vesículas extracelulares chamadas exossomas”, informa a Universidade do Porto.
O projeto de Carolina Ruivo integra o trabalho de doutoramento que está a desenvolver no grupo Genetic Dynamics of Cancer Cells do i3S e tem várias colaborações com o laboratório do investigador Raghu Kalluri, do MD Anderson Cancer Center.
Neste projeto, explica a investigadora de 28 anos, “queremos perceber a forma como a comunicação das células através dos exossomas ocorre no microambiente tumoral e como é que este processo afeta o comportamento das subpopulações de células cancerígenas e promove a progressão tumoral”.
Carolina Ruivo vai utilizar um modelo 3D, que replica o ambiente dos tumores pancreáticos. “Com uma técnica de microscopia (two photon laser scanning microscopy) que permite visualizar internalização de exossomas nestes modelos, conseguimos analisar a dinâmica da comunicação e perceber como estas subpopulações formam uma rede de comunicação entre si”, explica.

Uma das formas mais letais de cancro

A investigadora revela ainda que o laboratório do i3S desenvolveu “um modelo animal de cancro pancreático que nos permite controlar geneticamente a produção de exossomas e assim bloquear a comunicação entre subpopulações específicas”.
Nesse sentido, utilizando a técnica que single-cell RNA sequencing, a investigadora pretende também analisar os efeitos de bloquear certas vias de comunicação e descobrir quais os genes que são alterados pela comunicação mediada por exossomas.
O cancro pancreático é atualmente uma das formas mais letais da doença, por ser um tipo de cancro muito heterogéneo. “É composto por vários tipos de células incluindo populações de células tumorais com diferentes fenótipos, o que faz com que seja muito agressivo e resistente à terapia”, informa a Universidade do Porto.
O laboratório de Raghu Kalluri no MD Anderson Cancer Center tem uma longa tradição no estudo do cancro do pâncreas e foi pioneiro no estudo do papel dos exossomas em cancro, o que, para Carolina Ruivo, representa “uma grande motivação”.
Nesse sentido, o apoio da FLAD representa, para a jovem investigadora, “uma grande oportunidade para aprender determinadas técnicas e depois implementá-las no meu laboratório”. “É também um reconhecimento do potencial e importância deste estudo, o que me deixa orgulhosa e com um sentimento de responsabilidade para dar o meu melhor”, conclui.
Em 2017 Carolina Ruivo integrou, a par de Sónia Melo, também investigadora do i3S, uma equipa internacional que demonstrou a possibilidade de utilizar os exossomas como veículos para tratamento de tumores do pâncreas.

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