O Vale do Côa vai incluir um corredor ecológico, entre a Serra da Malcata e o Douro Internacional, com uma extensão de 120 mil hectares, onde serão investidos 2,6 milhões de euros.
Este projeto vai receber cerca de 2,6 milhões de euros através do programa ‘Endangered Landscapes Programme’ (ELP), até 2023, com o principal objetivo de criar um corredor crucial para a vida selvagem no Vale Côa com 120 mil hectares”, indicou à Lusa Pedro Prata, da Rewilding Portugal, uma das entidades gestoras do programa.
Segundo o especialista, o território do Vale do Côa é um “grande corredor ecológico” onde se pretende garantir que “haja condições para que a biodiversidade”.
“O projeto vai avaliar a possibilidade legal de instituir um modelo de ordenamento do território que englobe o Parque Arqueológico do Vale do Côa e o espaço da Rede Natura do Côa, numa única unidade de proteção dos valores naturais e culturais, que aproxime o decisores do território”, frisou Pedro Prata.
A iniciativa tem como principais objetivos aumentar o funcionamento natural e a biodiversidade do Vale do Côa, ligando as áreas protegidas existentes, restaurar as populações das principais espécies de vida selvagem, reintrodução do Corço, facilitar a disponibilidade de carcaças para a população de abutres em crescimento, criar condições para o retorno espontâneo de espécies como o lince e o lobo ibéricos.
Visa também reduzir as principais ameaças a habitats e espécies, como caça furtiva, envenenamento e fogo, prevenir e mitigar conflitos entre humanos e animais selvagens, tomando como exemplo o conflito entre lobos e proprietários de gado.
Segundo os promotores do projeto ambiental, outro do objetivos passa por transformar esta região, que atualmente tem níveis elevados de despovoamento rural e perda de espécies, numa região com novas oportunidades para a vida selvagem.
Esta região é de grande importância para aves de rapina e outras aves planadoras, que nidificam nas falésias dos rios Douro, Águeda e Côa.
Este projeto irá restaurar a vida selvagem e os processos naturais nas paisagens do Vale do Côa, ligando o vale com as áreas protegidas existentes e criando assim um corredor único de vida selvagem com cerca de 120 mil hectares.
A região dinamiza ainda a Grande Rota do Vale do Côa, um trilho de 200 km, linear, que acompanha o percurso do rio Côa, desde a nascente (em Fóios, Sabugal) à foz (Vila Nova de Foz Côa). Está marcado nos dois sentidos, sendo possível optar pelo sentido sul-norte ou norte-sul.
A rota pode ser percorrida a pé, de bicicleta ou a cavalo, existindo desvios exclusivos para ciclistas e cavaleiros.
Nas localidades de Almeida e de Algodres (em Figueira de Castelo Rodrigo) existem rotas alternativas marcadas, que permitem optar pela rota Este ou rota Oeste.