Jogadores “pediram desculpa” e “imploraram pela vida”

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O defesa Lumor relatou hoje em tribunal que os jogadores “pediram desculpa” e “imploraram pela vida” durante o ataque à academia do Sporting, em Alcochete, mas que os invasores “não quiseram saber” e começaram logo a bater.

O lateral esquerdo ganês, que está emprestado pelo Sporting ao Maiorca, de Espanha, foi ouvido através de Skype na 21.ª sessão do julgamento da invasão à academia ‘leonina’, em 15 de maio de 2018, com 44 arguidos, incluindo o antigo presidente do clube Bruno de Carvalho, que decorre no Tribunal de Monsanto, em Lisboa.
O atleta, de 23 anos, que prestou depoimento em inglês, com recurso a um intérprete, contou que estava no balneário quando 15 a 20 pessoas entraram, de repente, no espaço e “começaram a bater nos jogadores todos”, acrescentando que o balneário ficou rapidamente cheio de fumo, após o lançamento de tochas.
Em resposta à procuradora do Ministério Público, Lumor disse que os jogadores, aquando da invasão, “pediram desculpa” e “imploraram pela vida”, mas salientou que os invasores “não quiseram saber”. Questionado posteriormente por Miguel Fonseca, advogado de Bruno de Carvalho, sobre que jogadores imploraram pela vida, o defesa referiu apenas o nome de William Carvalho.
O lateral esquerdo admitiu que ninguém lhe “bateu”, mas viu o médio Misic a ser agredido em várias partes do corpo com um cinto por um dos elementos. Lumor descreveu que os invasores “formaram uma barreira” à entrada no balneário, o qual “não era possível trancar”.
Após a invasão, a testemunha declarou ter visto o avançado holandês Bas Dost ferido na cabeça.
Lumor classificou de “normal” a relação que mantinha com o então presidente do clube, Bruno de Carvalho, acrescentando que, após estes incidentes, “nunca mais falaram”.
O defesa ficou com medo e receio depois do ataque à academia de Alcochete, assumindo que não conseguia sair à rua nem dormir bem. Lumor acrescentou ainda que “não consegue ver um filme de ação inteiro”, sobretudo as partes que envolvem cenas de violência.
O processo tem 44 arguidos, acusados da coautoria de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.
Bruno de Carvalho, à data presidente do clube, ‘Mustafá’, líder da Juventude Leonina, e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos do Sporting, estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.
Os três arguidos respondem ainda por um crime de detenção de arma proibida agravado e ‘Mustafá’ também por um crime de tráfico de estupefacientes.
Aos arguidos que participaram diretamente no ataque à academia, o Ministério Público imputa-lhes a coautoria de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.
Estes 41 arguidos vão responder ainda por dois crimes de dano com violência, por um crime de detenção de arma proibida agravado e por um crime de introdução em lugar vedado ao público.

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