Elementos da PSP e da GNR realizam hoje protestos em simultâneo em Braga, Lisboa e Faro, numa ação convocada pelos sindicatos.
Organizadas por sete sindicatos da PSP e pela Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), as concentrações vão acontecer em frente do estádio de Braga, onde vai decorrer a ‘Final Four’ da Taça da Liga em futebol, junto do Ministério das Finanças, em Lisboa, e no jardim Manuel Bivar, em Faro.
O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícias (ASPP/PSP), Paulo Rodrigues, disse à agência Lusa que o protesto “terá mais força em Braga”, onde, além da concentração, um grupo de cerca de 20 polícias vai entrar no estádio juntamente com os restantes adeptos e estender uma faixa que terá a inscrição “Polícias exigem respeito”.
Na concentração em Lisboa, que vai decorrer a partir das 16h, os elementos das forças de segurança pretendem entregar no Ministério das Finanças um documento, no qual explicam as principais reivindicações e solicitam “uma vez mais” a resolução dos problemas.
Paulo Rodrigues sublinhou que o Ministério das Finanças também tem “a sua quota parte de responsabilidade”.
Entre as reivindicações estão o pagamento do subsídio de risco, atualização salarial e dos suplementos remuneratórios, criação de legislação relacionada com higiene e saúde, aumento do efetivo e mais e melhor equipamento de proteção pessoal.
As concentrações vão dar início aos protestos que os elementos da PSP e GNR pretendem organizar mensalmente até que o Governo responda às reivindicações, estando a ser ponderadas a entrega das armas e uma greve de zelo.
Movimento Zero faz vigília nos aeroportos
Sem o apoio dos sindicatos, o Movimento Zero (MO), um movimento social inorgânico criado em maio de 2019 por elementos da PSP e da GNR e bastante visível na última manifestação de forças de segurança em novembro, vai realizar a partir das 10h vigílias em todos os aeroportos portugueses, num protesto que deverá estender-se por vários dias.
Através das redes sociais, o MO apela à participação dos polícias e civis e divulga os cartazes que devem ser levados para a concentração nos aeroportos.
“Como forma de demonstrarmos o nosso descontentamento e as nossas reivindicações e visto que o nosso Movimento se pauta pela luta silenciosa, criamos algumas frases a fim de serem produzidos cartazes onde se possa ler a nossa indignação”, refere o MO, sublinhando que “o comportamento exemplar é marca registada do MO”.
O Ministério da Administração Interna (MAI) definiu um calendário específico das matérias objeto de diálogo com os sindicatos e as associações socioprofissionais das forças de segurança, tendo sido já realizado três reuniões.
A primeira reunião sobre o pagamento dos retroativos dos suplementos não pagos em período de férias decorreu sem um acordo, das outras, sobre o plano plurianual de admissões na PSP e da GNR e suplementos remuneratórios, ainda não há resultados.
O ministro Eduardo Cabrita já anunciou o recrutamento de 10 mil elementos para a PSP, GNR e SEF até 2023 no âmbito do plano plurianual da admissão.
Os sindicatos acusam o MAI de falta de abertura em acolher as propostas das estruturas sindicais.
No âmbito das reuniões com o secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna vão decorrer ainda reuniões em 13 de fevereiro sobre a lei de programação das infraestruturas e equipamentos das forças e serviços de segurança e em 05 de março sobre segurança e saúde no trabalho.