Nem os sinos das igrejas escapam, podia ser a entrada da notícia, em que perante uma vaga de assaltos de Norte a Sul, especialmente nos meios rurais, em habitações desabitadas ou com idosos, sem precedentes e à falta de efectivos policiais, quer da GNR quer da PSP que consigam garantir segurança de pessoas e bens. O ano novo começou, no santuário de Nossa Senhora do Viso, em Celorico de Basto, sem as badaladas das horas. É que, logo nos primeiros dias de 2020, foi roubado o sino da pequena capela do santuário arciprestal, avançou o Correia do Manhã.
Para já, ninguém sabe ao certo em que dia é que o sino, que pesa 110 quilos, foi levado do campanário do pequeno santuário. A GNR de Celorico de Basto foi avisada no dia 4 deste mês e comunicou o caso à Polícia Judiciária de Braga, que tenta agora perceber que destino terá tido o sino da Senhora do Viso. População está revoltada e pároco fala em falta de respeito.
Padre António Gonçalves, disse ao Correio da Manhã que, além do valor do roubo, “o que é de lamentar é a falta de respeito manifestada nesta situação”. (Foto Secundino Carvalho /CM)
“Isto é uma falta de respeito para com a igreja e para com as pessoas que aqui vivem e que zelam este santuário. Nós gostamos de ouvir o sino e trabalhamos ao ritmo das horas. Agora temos de pensar como comprar outro”, refere ao CM a paroquiana Glória Teixeira.
O que é certo é que o furto foi praticado durante a noite e que os ladrões terão utilizado uma máquina, com recurso a grua, para descer o instrumento da torre da igreja. O pároco da freguesia de Caçarilhe e reitor do santuário arciprestal do Viso, padre António Gonçalves, disse ao Correio da Manhã que, além do valor do roubo, “o que é de lamentar é a falta de respeito manifestada nesta situação”.
“Estamos em terras muito pobres, no Interior de Portugal, em que as pouco mais de cem famílias desta aldeia terão muitas dificuldades em repor um sino que, ainda há cerca de dois anos, custou mais de cinco mil euros”, assegurou, com tristeza, o sacerdote. Registe-se que na torre da Igreja da Igreja Nova do Sobral. – Ferreira do Zêzere, há poucos anos, foi também roubado o sino da igreja e nunca apareceu, nem se descobriu como os gatunos o retiraram da alta torre. Certamente usando o mesmo modus operandus ( com máquina grua) . Caso para dizer que nem os sinos das igrejas escapam.
