A Câmara de Alenquer lançou, em hasta pública, a venda por 1,1 milhões de euros da antiga fábrica da Chemina, abandonada há 20 anos, estando a receber propostas até 10 de fevereiro, disse o seu presidente.
“Até 10 de fevereiro decorre prazo para apresentação de propostas em hasta pública”, afirmou à agência Lusa Pedro Folgado, presidente desta câmara municipal do distrito de Lisboa.
A venda da antiga fábrica Chemina foi autorizada pela assembleia municipal, em novembro passado, tendo o processo sido iniciado no início de 2019, depois de um investidor privado ter mostrado interesse em vir aí a construir um hotel.
O autarca adiantou que há necessidade de “acelerar a requalificação do edifício”, já que há o risco de “qualquer dia cair” por se encontrar devoluto há 20 anos, por “desvalorizar o centro da vila” e estarem previstas obras de requalificação para o espaço público envolvente.
A autarquia não possui verbas para a sua reconstrução, que “são elevadas” e seriam superiores a “quatro a cinco milhões de euros”.
Segundo a proposta, a que a agência Lusa teve acesso, após a compra, o adjudicatário terá quatro meses para entregar na câmara o pedido de informação prévia para o projeto e quatro meses para solicitar a licença de construção, após obter parecer positivo da câmara ao primeiro pedido.
O promotor dispõe de três anos e seis meses para concluir as obras de requalificação, sob pena de sanção pecuniária no valor de 50 mil euros, em caso de prorrogação do prazo, ou de o imóvel reverter de novo para o município.
O investidor é obrigado a manter a fachada do edifício, a destinar o imóvel a um hotel e a ter um auditório ou sala de conferências que possam ser utilizados pelo município, refere a proposta.
“Não se pretende alienar a alguém que chega ali e mande o edifício abaixo”, face ao valor histórico do imóvel, justificou Pedro Folgado.
O município tem vindo a monitorizar o estado de conservação do espaço, tendo verificado um desvio de cinco centímetros na estrutura do edifício, podendo estar sujeito a derrocadas.
A fábrica da Chemina foi inaugurada em 1890, chegando a empregar duas centenas de trabalhadores ao longo dos anos.
Por volta de 1994, veio a fechar na sequência de um conturbado processo de falência e o edifício foi adquirido pelo município, que chegou a destiná-lo para centro cultural, uma escola e um hotel, mas nenhum projeto se concretizou.
Em 2000, foi alvo de um incêndio, que o deixou degradado.
O edifício, que se insere na malha urbana da vila, é composto por três andares, possui um outro anexo onde se localizavam as antigas caldeira e máquina a vapor, e tem uma fachada, que atinge os 16 metros de altura e 110 de largura.