As previsões do Banco Mundial para 2020 apontam para um crescimento de 2,5% da economia mundial, um valor abaixo dos 2,7% projetados em junho, mas acima dos 2,4% estimados para 2019.
No relatório ‘Previsões Económicas Globais’, a instituição presidida por David Malpass adverte que “os riscos negativos predominam”.
“É esperado que o crescimento global recupere para 2,5% em 2020 – ligeiramente acima do mínimo pós-crise de 2,4% registado no ano passado, no meio de um enfraquecimento do comércio e investimento – e suba ainda mais no horizonte de previsões”, antevê o documento.
Para além da previsão de um crescimento de 2,5% para 2020, abaixo dos 2,7% projetados em junho, o Banco Mundial prevê que em 2021 a economia mundial cresça 2,6% em 2021 e 2,7% em 2022.
Em 2020, a recuperação projetada “poderá ser maior se ações de política recentes – particularmente aquelas que mitigaram tensões comerciais – levarem a uma redução sustentada nas incertezas políticas”.
“Não obstante, os riscos negativos predominam, incluindo a possibilidade de uma reescalada das tensões comerciais globais, descidas acentuadas nas maiores economias, e disrupções financeiras nos mercados emergentes e economias em desenvolvimento”, avisa o Banco Mundial.
Abrandamento na Zona Euro
Especificamente sobre a Zona Euro, o Banco Mundial rpara 2020 , abaixo dos 1,4% previstos em junho e dos 1,1% estimados para 2019.
“É esperado que o crescimento abrande para 1% em 2020, 0,4 pontos percentuais abaixo das projeções anteriores, devido a dados recebidos piores do que o esperado, especialmente a produção industrial”, pode ler-se na secção do relatório dedicada à zona euro.
De acordo com o relatório, o Banco Mundial reviu também em baixa as estimativas de crescimento para 2019 em 0,1 pontos percentuais, para 1,1%.
Já para 2021, a previsão de 1,3% manteve-se face a junho, sendo igual ao valor previsto para o crescimento de 2022, valores abaixo do crescimento registado em 2017 (2,5%) e 2018 (1,9%).
O Banco Mundial prevê que o crescimento “recupere modestamente para uma média de 1,3% em 2021-22, assumindo que o apoio às políticas ganha tração, que o processo do ‘Brexit’ (saída do Reino Unido da União Europeia) se desenvolve com mínima disrupção, e que não há uma maior escalada nas restrições ao comércio”.
Do lado dos riscos, é assinalado que as “vulnerabilidades no setor bancário podem levar a um maior abrandamento, dado que os bancos são a principal fonte de crédito da região e – apesar de algumas melhorias recentes – continuam a sofrer de baixa rendibilidade e de níveis elevados de crédito malparado”.
“As taxas de juro negativas na região podem também comprometer ainda mais a lucratividade dos bancos e erodir a estabilidade financeira, possivelmente impactando os custos de financiamento dos soberanos”, assinala a instituição.