O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, vai estar em Buenos Aires na terça-feira para a tomada de posse do novo Presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou hoje o seu gabinete em comunicado.
À margem da cerimónia da tomada de posse, o chefe da diplomacia portuguesa vai encontrar-se “com parceiros latino-americanos para discutir questões de interesse comum e a situação na Venezuela”, segundo o texto.
Durante a deslocação, Santos Silva “terá oportunidade de contactar com a comunidade portuguesa e lusodescendente” na Argentina, estimada em cerca de 150.000 pessoas.
Alberto Fernández foi eleito a 27 de outubro com 48% dos votos, derrotando Mauricio Macri, que obteve 40,4%.
Membro destacado do Partido Justicialista, (ex-Partido Peronista, centro-esquerda), Alberto Fernández foi chefe de gabinete dos ex-presidentes Nestor Kirchner e de Cristina Kirchner, que é agora sua vice-presidente.
Na campanha eleitoral prometeu empenhar-se num acordo nacional envolvendo diferentes setores – políticos, empresariais, sindicais e sociais – para tirar a Argentina da crise.
A sua eleição representa uma viragem ideológica na chefia do Estado argentino, que levou a uma degradação da relação com o Brasil, maior parceiro comercial da Argentina.
Logo no discurso de vitória, Alberto Fernández defendeu a libertação do “injustamente preso” ex-presidente brasileiro Lula da Silva, o que levou o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, a recusar assistir à tomada de posse do homólogo argentino.
Será a primeira vez em 17 anos que um chefe de Estado do Brasil não participa na tomada de posse de um Presidente da Argentina.
Além das divergências ideológicas, Bolsonaro e Fernández têm políticas económicas diferentes, com o primeiro a defender um comércio livre sem barreiras nem restrições, e o segundo a apostar numa política protecionista.
A cerimónia da tomada de posse de Alberto Fernández está marcada para terça-feira as 10:00 locais (13:00 em Lisboa).