Os Arquivos Nacionais do Luxemburgo têm patente até 22 de fevereiro de 2020, uma exposição sobre Aristides de Sousa Mendes. A mostra foi inaugurada na presença da ministra da Cultura luxemburguesa, Sam Tanson, do embaixador de Portugal, Antonio Gamito, de responsáveis pelos Arquivos Nacionais, dos netos do cônsul, Gerald Sousa Mendes, Antonio Moncada Sousa Mendes e Marc d’Août, que vivem nos EUA, Canadá, França e Portugal, e de filhos de pessoas a quem o cônsul deu vistos, salvando-lhes a vida, incluindo Olivia Mattis, presidente da Fundação Sousa Mendes dos EUA, Cookie Fischer e Elizabeth Andriesse.
A exposição resulta de um trabalho conjunto que visa revelar na sua plenitude o papel de Aristides de Sousa Mendes como Cônsul de Portugal em Bordéus na segunda guerra mundial, onde salvou a vida a muitas pessoas de diversas nacionalidades e origens, entre elas luxemburgueses e judeus, destaca uma nota divulgada pela Embaixada de Portugal no Luxemburgo. Come sta exposição pretende-se ainda celebrar a adesão de Portugal à organização International Holocaust Remembrance Alliance e “sublinhar as relações entre Portugal e o Grão-Ducado, forjadas ao longo da história por laços de sangue, pela acção do Cônsul em Bordéus e pela emigração portuguesa que ajudou a construir e desenvolver o Luxemburgo”.
Vistos salvaram família real grã-ducal
A exposição, que conta com o alto patrocínio do casal Grão-Ducal e do Presidente da República portuguesa, vai estar patente ao público entre 28 de novembro e 22 de fevereiro de 2020.
Segundo o organizador, os Arquivos Nacionais do Luxemburgo, o objetivo passa por “destacar as relações entre o Luxemburgo e Portugal”, através de uma exposição consagrada ao herói português. Em plena Segunda Guerra Mundial, Aristides de Sousa Mendes (1885-1954) emitiu em Bordéus, França, vistos sem autorização do governo português, na altura dirigido por António de Oliveira Salazar, salvando assim milhares refugiados de guerra, bem como milhares de judeus do Holocausto. Entre essas pessoas encontravam-se vários membros da família grã-ducal, depois de o Luxemburgo ter sido ocupado pelos alemães: Aristides de Sousa Mendes atribuiu vistos à Grã-Duquesa Charlotte, o seu marido, o príncipe Félix, e os filhos, entre eles o futuro Grão-Duque Jean (falecido a 23 de abril deste ano), além de membros do governo luxemburguês de então.
A família grã-ducal entrou em Portugal no dia 23 de junho de 1940, através da fronteira de Vilar Formoso, rumo a Coimbra, Buçaco e mais tarde a Cascais. Depois seguiria a viagem até ao Canadá, passando por Londres e pelos Estados Unidos. Em 1968, a Grã-Duquesa agradeceu, a título póstumo, a ação de Aristides de Sousa Mendes, através de uma carta: “será para sempre lembrado pelos refugiados luxemburgueses e a minha própria família, que foram salvos, pela sua iniciativa, de uma perseguição certa e puderam assim chegar a países livres”, como documentam os Arquivos Nacionais.
A exposição compreende ainda duas visitas guiada gratuitas, realizadas a 17 de dezembro, das 12h30 à 14h (em língua francesa) e a 19 de dezembro, também das 12h30 às 14h (em língua luxemburguesa). Estão limitadas a 20 pessoas por visita e as reservas podem ser feitas através do email relations.publiques@an.etat.lu