O álbum “Do Avesso”, de António Zambujo, foi distinguido com o Prémio José Afonso 2019, tenho o júri considerado que cada disco do músico “é, em si, uma história”, na linha do artista que deu nome ao galardão.
De acordo com a Câmara Municipal da Amadora, promotora da distinção, num comunicado hoje divulgado, o júri – constituído pela pianista Olga Prats (convidada pela autarquia), pelo professor de música Sérgio Azevedo (indicado pela Escola Superior de Música de Lisboa) e por Júlio Pereira (vencedor do Prémio José Afonso 2018) – deliberou – por unanimidade – atribuir o prémio ao álbum “Do Avesso”, de António Zambujo.
Segundo o comunicado, o júri considerou que “Do Avesso” representa, “não só a continuação do percurso extremamente coerente de António Zambujo, mas também um ponto alto pela confirmação das suas qualidades interpretativas e a grande inspiração criativa que revela”.
“Cada canção de Zambujo conta uma história, e cada álbum é, em si, uma história, na linha de José Afonso, para quem a música estava intrinsecamente ligada quer à sua vida interior quer às circunstâncias do mundo em que viveu”, defendeu ainda o júri.
O júri do Prémio José Afonso 2019 decidiu ainda, “também por unanimidade”, recomendar a atribuição de menções honrosas aos álbuns “Infinito Presente”, de Camané, “Maria”, de Carminho, “Nação Valente”, de Sérgio Godinho, e “Ao longe já se ouvia”, do grupo vocal feminino Sopa de Pedra.
O Prémio José Afonso, atribuído pela Câmara Municipal da Amadora desde 1988, “tem como objetivo homenagear o cantor e compositor português José Afonso e incentivar a criação musical de raiz portuguesa, ao premiar um álbum inédito, editado no ano anterior ao da edição do Prémio, cujo tema tenha como referência a Cultura e a História portuguesas”.
O álbum vencedor recebe um prémio de cinco mil euros.
“Do Avesso”, editado em novembro do ano passado, conta com a participação de autores como Luísa Sobral, Miguel Araújo, Márcia, Arnaldo Antunes, Cézar Mendes, João Monge, Mário Laginha, Pedro da Silva Martins e Aldina Duarte.
No álbum, produzido por Filipe Melo, Nuno Rafael e João Moreira, António Zambujo é acompanhado em alguns dos temas pela Sinfonietta de Lisboa, sob a direção do maestro Vasco Pearce de Azevedo, com arranjos musicais e orquestração de Filipe Melo.
“Do Avesso” sucedeu ao álbum de tributo a Chico Buarque, “Até Pensei Que Fosse Minha” (2016), que valeu a António Zambujo uma nomeação para os Grammy latinos, na categoria de Melhor Álbum da Música Popular Brasileira.