A vida e mensagem de Bartolomeu dos Mártires, cuja canonização ocorrerá em novembro, é o tema do livro que a Diocese de Viana do Castelo lança este mês, informou a paróquia local onde o novo santo está sepultado. “Este livro quer aproximar o coração e a alma de São Bartolomeu dos Mártires de crianças, jovens e adultos, trazendo a humildade de quem sempre colocou de lado prazeres e vaidades”, explica o pároco de Monserrate, Vasco Gonçalves, na nota enviada à imprensa. É naquela paróquia, em plena ribeira de Viana do Castelo, que está situada a igreja de São Domingos, do século XVI, e onde se encontra o relicário com os restos mortais do novo santo português.
A igreja integra o antigo convento de Santa Cruz, depois designado de São Domingos, que, tal como a igreja, foi mandado construir por Frei Bartolomeu dos Mártires. Foi naquele convento que o beato morreu a 16 de julho de 1590 e onde se encontra sepultado.
Intitulada “A Luz de um Santo”, da autoria Eugénio Pinto Bolota, a publicação, a lançar este mês pelo secretariado diocesano da catequese de Viana do Castelo e pela Paróquia de Nossa Senhora de Monserrate, tem “capa dura, 40 páginas e é ilustrada a cores”.
Em julho, o Vaticano anunciou, por decisão do Papa Francisco, a canonização de Bartolomeu dos Mártires, que decorrerá dias 09 e 10 de novembro.
Bartolomeu dos Mártires foi declarado venerável em 23 de março de 1845, pelo papa Gregório XVI, e beato, em 04 de novembro de 2001, pelo papa João Paulo II.
Bartolomeu dos Mártires (nascido Bartolomeu Fernandes) nasceu em Lisboa, em 03 de maio de 1514, e morreu em Viana do Castelo, em 16 de julho de 1590.
Foi arcebispo de Braga entre 1559 e 1582, tendo tido uma participação importante no Concílio de Trento, como um elemento destacado da ala renovadora da Igreja de então.
Em Viana do Castelo não ficou apenas conhecido por ter mandado construir o convento tal como a igreja contígua, mas sobretudo pela sua dedicação aos pobres.
“Conta-se que, numa noite fria, estava Bartolomeu na sua cela no convento de Santa Cruz e, ao ouvir alguém na rua, atirou-lhe pela janela o colchão e travesseiro da sua pobre cama, passando a dormir sem conforto algum nas duras tábuas. Dar aos pobres é o mesmo que passar aos céus”, lê-se na nota enviada.
Renunciou como arcebispo em 23 de fevereiro de 1582 e recolheu-se no convento em Viana do Castelo, onde morreu a 16 de julho de 1590.
Bartolomeu dos Mártires foi sempre apelidado pelo povo como o “arcebispo santo, pai dos pobres e dos enfermos” e insistiu, em vida, na deposição dos seus restos mortais naquele convento, numa altura em que a diocese local ainda não existia, sendo liderada por Braga.