A produção de amêndoa está prestes a duplicar em Portugal com novas plantações na última década, revelou o Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos (CNCFS).
De acordo com os dados oficiais, desde 2010, que este fruto seco tem vindo a crescer e com as novas plantações que começarão a dar fruto dentro de dois ou três anos a produção nacional irá duplicar para 40 mil toneladas. Plantações que estão a surgir zonas sem tradição da cultura, como o Alentejo.
Ainda assim, tanto nesta como noutras produções de frutos secos o país ainda tem muito espaço para crescer e é essa perspetiva, assim como os progressos técnico-científicos, que vão estar em destaque no II Simpósio Nacional dos Frutos Secos, que decorre na quinta e na sexta-feira, em Mirandela, no distrito de Bragança.
A iniciativa junta especialistas portugueses, espanhóis e italianos, e está aberta a técnicos e agricultores, como adiantou à Lusa Albino Bento, do CNCFS, que organiza o simpósio juntamente com a Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal (SCAP).
“Assistimos a novas plantações e à reconversão de outras com crescimento forte no Alentejo, mas também nas Beiras e Ribatejo, que não tinham tradição nesta cultura, que estava em Trás-os-Montes e Algarve”, indicou Albino Bento.
Castanha é o principal produto
Segundo disse, há dez anos, no Alentejo existiam “entre 300 a 500 hectares de amendoal e agora são 10 mil hectares”.
Em Trás-os-Montes ocorreu “um crescimento de 10%” e, dentro de dois a três anos, a expectativa é o país estar com “o dobro da produção de amêndoa em casca”, equivalente a perto de “40 mil toneladas”.
A sub-fileira dos furtos secos que continua na dianteira em Portugal é a da castanha, com a produção concentrada essencialmente em Trás-os-Montes.
Esta é, de acordo com Albino Bento, que é também investigador do Politécnico de Bragança, a única sub-fileira de frutos secos em que o país é autossuficiente e exportador líquido.
A produção direta vale cerca de 70 milhões de euros, um valor do qual a amêndoa se está a aproximar com a perspetiva de o aumento da produção equivaler a um movimento financeiro de cerca de 60 milhões de euros no produtor, segundo ainda os responsáveis.
Ainda assim, Portugal está longe de ser autossuficiente na produção de amêndoa e continua a importar, com os Estados Unidos da América a dominarem 80% do mercado mundial.
Os portugueses começam agora também a apostar na produção de noz, com uma colheita anual de quatro mil toneladas, e ainda timidamente na avelã e no pistácio ou alfarroba.