O objeto é o tema em foco no 2.º ciclo expositivo deste ano do Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida (FEA), em Évora, composto por três mostras, que são inauguradas este sábado.
As exposições, intituladas “Fahrenheit, a consagração de Babel”, de Luis Costillo, “Boundless Objects [Objetos sem limites]” e “Arquitecturas Pintadas – figuração pós-conceptual espanhola”, têm inauguração marcada para as 18:00 de sábado e vão poder ser visitadas pelo público até 29 de março do próximo ano, indicou a FEA.
Depois de um 1.º ciclo expositivo este ano, que arrancou em abril, com as mostras individual “Maria Lino – Lâmina olhar animal” e coletiva “STUDIOLO XXI – Desenho e afinidades”, com obras de mais de 180 artistas, o Centro de Arte e Cultura (CAC) da FEA mantém, neste 2.º ciclo de 2019, “a tónica nas expressões primordiais da linguagem e manifestação artística”.
Só que, “depois do desenho, é agora o objeto o foco e o mote” de uma programação “que representa uma aposta forte” da FEA “na internacionalização do seu Centro de Arte e Cultura, através de parcerias institucionais e de colaborações diretas com curadores e artistas estrangeiros”, frisou a organização, em comunicado.
O objetivo, justificou, passa por “criar mais oportunidades de aproximação do público ao universo da criação artística contemporânea internacional, dando a conhecer o trabalho de alguns dos seus protagonistas”.
A mostra “Fahrenheit, a consagração de Babel”, de Luis Costillo (1956-2019) e comissariada por José Ángel Torres, é promovida em parceria com o MEIAC – Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporâneo, sediado em Badajoz (Espanha).
O público vai poder apreciar nesta exposição “uma significativa série de livros de artistas, coleções de trabalhos encadernados, pastas e caixas de conteúdos diversos reunidos por Luis Costillo”, considerado “um dos mais importantes artistas” da Extremadura espanhola “do final do século XX e início do século XXI”, precisou a FEA.
O artista, que faleceu a 30 de abril deste ano, “usou os livros para formular propostas para as quais não conseguia encontrar expressão adequada sob a forma de obras para parede. E as palavras, que já estavam presentes na sua obra pictórica, encontraram uma nova via, na qual o literário se cruza com o plástico”, indicou a FEA.
No âmbito da Mostra Espanha 2019, iniciativa do governo do país vizinho e à qual a FEA está associada, o CAC acolhe também a exposição coletiva “Arquitecturas Pintadas – figuração pós-conceptual espanhola”, comissariada por Juan Cuéllar e Roberto Mollá, e que inclui obras de 17 artistas contemporâneos.
A iniciativa, que já esteve patente em Berlim (Alemanha), Praga (República Checa) e Bucareste (Roménia), entre 2017 e 2018, “propõe uma aproximação ao importante papel que a imagem arquitetónica desempenha na obra de pintores que renovaram o conceito da figuração nestas últimas três décadas, em Espanha”.
A outra mostra deste ciclo expositivo do CAC, “Boundless Objects [Objetos sem limites]”, situa-se no “cruzamento entre arte, filosofia, geologia, ecologia, física e tecnologia”.
Trata-se de um projeto próprio da Fundação Eugénio de Almeida, para o qual Monika Bakke, a curadora convidada, “convocou práticas artísticas contemporâneas que questionam o modo como os objetos emergem nas suas constantes transfigurações”, explicou a organização.