A presidente da Câmara de Rio Maior, Isaura Morais, eleita no domingo como deputada à Assembleia da República pelo PSD, disse que vai renunciar ao mandato autárquico a seguir à tomada de posse no parlamento.
Isaura Morais suspendeu o mandato à frente da autarquia no passado dia 23 de agosto, depois de ter sido indicada como cabeça de lista do partido às legislativas de 06 de outubro pelo distrito de Santarém.
Convicta de que a saída a meio do seu terceiro e último mandato autárquico para assumir funções no parlamento é motivo de “orgulho” para a população do seu concelho, Isaura Morais afirmou que o facto de “obrigatoriamente” ter de deixar a presidência do município dentro de dois anos e de estar de “consciência tranquila” quanto à continuidade do projeto que liderou não defrauda a expectativa daqueles que a reelegeram há dois anos.
Isaura Morais afirmou que o programa com que se candidatou nas autárquicas de há dois anos foi construído com a equipa que permanece à frente do executivo municipal, agora liderado por Luís Filipe Santana Dias, que foi seu vice-presidente, pelo que não tem dúvidas de que irá ser cumprido, até porque muitas das obras previstas estão já em curso.
Com a sua saída, Leonor Fragoso, que era a número seis da lista nas autárquicas de 2017, tendo participado igualmente na elaboração do programa, entra para o executivo, assumindo os pelouros da Educação, Ação Social e Cultura, afirmou.
Isaura Morais disse que tem recebido “muitas felicitações” pela eleição de domingo, não só das pessoas com quem se cruza na rua, mas também de responsáveis de outros partidos e de autarcas da região de vários quadrantes políticos, o que lhe “sabe muito bem”.
A passagem pelos vários concelhos do distrito de Santarém (21) durante a campanha eleitoral, referiu, deu-lhe um “conhecimento mais profundo”, sobretudo em relação ao Médio Tejo, já que a pertença à Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo lhe deu um contacto mais próximo com esta região.
Entre as preocupações que leva para o parlamento, contam-se as que se prendem com a saúde e as empresas, estas sobretudo pela “carga fiscal” com que se debatem, sublinhando, em contrapartida, o “excelente” empenho e dedicação de pessoas e instituições que trabalham no distrito nas áreas social e da educação.
Com 25,2% dos votos no distrito de Santarém, o PSD elegeu no domingo três deputados dos nove deste círculo eleitoral.
Também o PS, que obteve 37,1% dos votos e elegeu quatro deputados, incluiu na sua lista uma ex-autarca da região, a presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque (a terceira da lista), que já havia renunciado ao mandato em fevereiro, quando assumiu a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Regional na sequência da remodelação governamental ditada pela candidatura ao Parlamento Europeu do então ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques.
Com a saída de Céu Albuquerque, que cumpria igualmente o seu terceiro e último mandato autárquico, a Câmara de Abrantes passou a ser presidida por Manuel Jorge Valamatos.
Nas legislativas de domingo, além dos quatro deputados do PS – Alexandra Leitão, António Gameiro, Céu Albuquerque e Hugo Costa – e dos três do PSD – Isaura Morais, João Moura e Duarte Marques -, foram eleitos Fabíola Cardoso, do BE (10,2%), e António Filipe, da CDU (7,6%).