Arquivista e bibliotecário da Santa Sé Tolentino Mendonça elevado a cardeal no sábado

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O arquivista e bibliotecário da Santa Sé, José Tolentino Mendonça, vai ser elevado a cardeal, no sábado, num Consistório convocado pelo Papa Francisco para a criação de 13 cardeais. O arcebispo madeirense torna-se, aos 53 anos, no sexto cardeal português do século XXI e o terceiro a ser designado no atual pontificado, passando a ser o segundo membro mais jovem do Colégio Cardinalício, logo após Dieudonné Nzapalainga, cardeal da República Centro-Africana, de 52.

Sobre a sua nomeação José Tolentino Mendonça afirmou que é um chamamento para um “serviço mais radical” a Francisco e à Igreja, prometendo colaborar com uma “humildade muito grande”.

“Senti isso com muita clareza nesse chamamento que o Santo Padre me faz e que, de facto, é um chamamento ainda para um serviço mais radical e com uma humildade muito grande na colaboração com o Santo Padre e com a unidade de toda a Igreja”, declarou ao portal Vatican News.

Para o bispo de Leiria-Fátima, cardeal António Marto, a nomeação de José Tolentino Mendonça será importante na reforma da Igreja empreendida pelo Papa Francisco.

“Será um grande apoiante do Papa nesta reforma da Igreja que [Francisco] empreendeu e em que precisa de gente que o apoie e que percorra também os caminhos que ele nos indica”, disse o prelado à agência Lusa, em Fátima numa reação ao anúncio do pontífice, em 01 de setembro após o ‘Angelus’, no Vaticano.

Segundo o bispo de Leiria-Fátima, possivelmente o novo cardeal português, bibliotecário e arquivista da Santa Sé, transitará para um cargo “ainda mais adequado, Conselho para a Cultura, em que desempenhará cabalmente todos os dotes e todas as qualidades notáveis, de que é portador”.

O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) manifestou também a sua congratulação e louvor pela nomeação, considerando que “é um bem para a sociedade e para a Igreja”.

Salientando a “humildade, competência, saber e cultura” de José Tolentino Mendonça, o padre Manuel Barbosa, secretário da CEP, frisou que é uma honra Portugal ter mais um cardeal e que isso “responsabiliza” a igreja na sua missão.

O bispo do Funchal, Nuno Brás, congratulou-se, por sua vez, com a nomeação indicando que a diocese madeirense se sente honrada.

“Trata-se de um filho da nossa diocese, que aqui deu os primeiros passos na vida cristã, aqui foi ordenado sacerdote e que agora se vê chamado a um dos serviços mais importantes da Igreja: o do aconselhamento próximo do Papa e da eleição dos seus sucessores”, sublinha o bispo do Funchal.

Já o Presidente da República manifestou “o mais profundo jubilo pela elevação do senhor Dom José Tolentino de Mendonça ao cardinalato, traduzindo o reconhecimento de uma personalidade ímpar, assim como da presença da Igreja Católica na nossa sociedade, o que muito prestigia Portugal”.

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou ainda a “excecional relevância” de Tolentino de Mendonça como “filósofo, pensador, escritor, professor e humanista”, recordando que o convidou para presidir às comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em 2020.

O Presidente da República expressou a sua intenção de estar presente na cerimónia de imposição do barrete cardinalício a Tolentino Mendonça e o Palácio de Belém esclareceu a 04 de setembro, em resposta a uma pergunta da agência Lusa, que Marcelo Rebelo de Sousa comemora em Portugal o 05 de Outubro “com a discrição” própria de um dia de reflexão eleitoral, e vota em Celorico de Basto, independentemente da presença na investidura de Tolentino Mendonça como cardeal.

“Mesmo no caso de se confirmar a ida a Roma, o Presidente da República comemorará sempre em território nacional o 5 de Outubro, com a discrição correspondente a um dia de reflexão eleitoral, e votará no dia 6, como habitualmente, em Celorico de Basto”, esclareceu o Palácio de Belém, indicando que Marcelo Rebelo de Sousa, submeteu preventivamente à Assembleia da República, o assentimento para uma eventual deslocação a Roma, entre os dias 04 e 06 de outubro.

A cerimónia, na qual serão criados 13 novos cardeais, entre os quais se incluem o arcebispo de Jacarta, Ignatius Suharyo Hardjoatmodjo, o arcebispo de Kinshasa, Fredolin Ambongo Besungu, Jean-Claude Hollerich, arcebispo do Luxemburgo, Matteo Maria Zuppi, arcebispo de Bolonha e Michael Czerny, secretário da secção de migrantes e refugiados do dicastério para o serviço do desenvolvimento humano integral, decorrerá às 16:00 (hora local, 15:00 em Lisboa) na Basílica do Vaticano.

Tolentino de Mendonça foi elevado a bispo em 28 de julho de 2018, numa cerimónia no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, recebendo simbolicamente a antiga sede episcopal de Suava, no norte de África.

Pouco mais de um mês depois, em 01 de setembro, assumiu a responsabilidade pelo Arquivo Secreto do Vaticano e pela mais antiga biblioteca do mundo, a Biblioteca Apostólica, com a preocupação de preservar “um grande tesouro da Igreja e da humanidade”.

A partir do próximo sábado, junta-se aos outros atuais cardeais portugueses José Saraiva Martins, Manuel Monteiro de Castro, Manuel Clemente e António Marto, os dois últimos com direito de voto num eventual conclave para a eleição do Papa, tal como sucederá com Tolentino Mendonça.

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