A saída prematura de cena do Concorde, deixou sempre algum constrangimento na indústria aeronáutica, sobretudo naqueles que amam a velocidade. Algumas tentativas têm sido feitas mas foi apenas esta semana que apareceu o projeto mais conseguido dos últimos tempos. A Agência Espacial do Reino Unido anunciou, na Conferência Espacial do Reino Unido 2019, que vai trabalhar com a Agência Espacial Australiana para a construção da “primeira ponte espacial do mundo”.
O projeto, nomeado de Synergetic Air-Breathing Rocket Engine (SABRE), está a ser desenvolvido pela Reaction Engines, que conta com o financiamento da BAE Systems, da Rolls-Royce e da Boeing HorizonX.
O resultado do projeto, que poderá estar operacional dentro de sensivelmente dez anos, promete ser uma boa surpresa para os entusiastas dos voos supersónicos. A barreira do som não era quebrada desde que o Concorde parou de voar em 2003. Em abril deste ano, a Reaction Engines anunciou testes bem-sucedidos, que simulavam uma velocidade três vezes mais alta do que a do som. Ou seja, 50% mais rápido que a velocidade do já defunto Concorde, que conseguia fazer a viagem entre Nova Iorque e Paris em cerca de 3,5 horas, e corresponde ao recorde de velocidade dos jatos mais rápidos já feitos.
No entanto, de acordo com a CNN, o motor está a ser construído para que possa atingir cinco vezes mais do que a velocidade do som. O SABRE “respira” o ar da atmosfera, o que permite uma maior eficiência do combustível e diminuição do peso. Em comparação com os outros motores existentes, o SABRE sai na frente, uma vez que, todos os outros precisam transportar o seu próprio suprimento de oxigénio.
“Os foguetões realmente não progrediram nos últimos 70 anos, enquanto os motores aeronáuticos se tornaram muito eficientes. No entanto, ao combinar um motor aeronáutico e um foguetão, pode-se ter um sistema de propulsão muito leve e eficiente e, na prática, criar um avião espacial”, explica Shaun Driscoll, diretor de projetos da Reaction Engines, na Conferência Espacial do Reino Unido 2019.