A bióloga e exploradora angolana Adjany Costa é uma das vencedoras do prémio Jovens Campeões da Terra, atribuído pelas Nações Unidas a ambientalistas entre os 18 e os 30 anos de idade.
Em nota, o Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma) diz que a angolana de 29 anos se distinguiu pelos esforços de conservação de água e biodiversidade. A brasileira Anna Luísa Beserra foi outra dos sete premiados.
Adjany Costa trabalha com a comunidade Luchaze, nas terras altas do leste angolano, onde, segundo o Pnuma, “práticas insustentáveis que ameaçam a sua subsistência, depois da guerra civil que durou três décadas e a remoção das minas terrestres da floresta de Miombo”.
A agência da ONU revela que “à medida que as comunidades retornam às suas terras de origem, proteger a floresta de Miombo, que retém água e alimenta e a biodiversidade, é fundamental para proteção ambiental.”
A cientista conheceu os Luchaze pela primeira vez quando participou numa expedição científica ao longo da bacia do rio Okavango. Durante quatro meses, Adjany percorreu cerca de 2,5 mil quilómetros, passando por Angola, Namíbia e Botsuana.
Este projeto resultou em um filme, com o título em inglês ‘Into the Okavango’, do cineasta Neil Gelinas, e está nomeado para um Emmy na categoria de melhor documentário sobre a natureza.
A importância ambiental do projeto
A Bacia do Rio Okavango é um ecossistema vital que faz parte da maior zona húmida de água doce do sul de África. Mais de um milhão de pessoas dependem desta bacia partilhada por Angola, Namíbia e Botsuana.
Segundo a ONU Meio Ambiente, o delta do rio, no Botsuana, abriga uma vida selvagem abundante, incluindo uma das maiores populações de elefantes do mundo.
A diretora executiva da agência, Inger Andersen, disse que “a natureza está em declínio em todo o mundo a taxas sem precedentes, com graves impactos para a humanidade e o meio ambiente.”
Segundo a representante, a prova desse declínio “é esmagadora” e “proteger a saúde dos ecossistemas e lugares selvagens até 2050 é vital para a sobrevivência e um futuro sustentável.”
Foram premiados sete jovens empreendedores de África, da América do Norte, da América Latina e Caribe, da Ásia e Pacífico, da Europa e da Ásia Ocidental que receberão financiamento e orientação para ampliar os seus esforços.
Os vencedores vão receber o prémio durante a cerimónia dos Campeões da Terra em Nova Iorque, no dia 26 de setembro, no âmbito do Debate Geral da Assembleia Geral das Nações Unidas.
O júri selecionou os vencedores e vencedoras entre 35 finalistas regionais de mais de mil candidatos.
Este ano, o prémio é concedido pela ONU Meio Ambiente e a Covestro, uma das maiores empresas de fabricantes de polímeros do mundo.