A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) lançou hoje uma campanha de sensibilização sobre cibercrime, que pretende prevenir comportamentos de risco ‘online’, mas também promover a denúncia de conteúdos ilegais através da Linha Internet Segura.
“Não é preciso ver para crer” é o nome da ação criada para combater o cibercrime que chama a atenção para alguns dos principais crimes que ocorrem atualmente na Internet.
O ‘cyberbullying’, a pornografia infantil, a burla e a divulgação não consensual de imagens e vídeos são os crimes mais usuais, recorda a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.
No ano passado foram identificados mais de 20 mil indivíduos vítimas de ‘bullying’ digital: 4.200 foram alvo de roubo de identidade e cerca de mil crianças viram-se expostas em filmes de pornografia infantil, lembra a APAV.
Entre os cibernautas portugueses, 78% afirma estar mal informado sobre como se devem proteger contra ameaças de cibercrimes. Esta falta de informação estende-se ao resto do mundo, estimando-se que pelo menos 400 milhões de pessoas sejam vítimas de cibercrime todos os anos.
O porta-voz da APAV, Ricardo Estrela, lembra que os crimes praticados na Internet têm vindo a aumentar: “Desde racismo, discurso de ódio, pornografia infantil, entre muitas outras formas de criminalidade, a internet está a reacender comportamentos que condenamos e, as pessoas que sofrem este tipo de crimes têm de ser apoiados e ter recursos que lhes permitam defenderem-se e combaterem esta forma de criminalidade”.
A Linha Internet Segura está disponível através do email linhainternetsegura@apav ou através do número de telefone 800.219.090. A APAV recorda que este apoio é confidencial e gratuito, tal como acontece com todos os outros serviços da associação.
“Depois de a Lúcia pedir o divórcio o marido partilhou esta foto dela nua” é a mensagem escrita a vermelho de um dos cartazes da campanha que chama a atenção para a divulgação de imagens não autorizadas.
Apesar da mensagem, o cartaz não ostenta qualquer fotografia, mas sim um espaço em branco onde era suposto estar a imagem com uma legenda que diz “se não estás a ver esta imagem é porque alguém a viu e denunciou”.
A APAV apresentou hoje quatro cartazes com textos aludindo a vários crimes, tais como pornografia infantil ou atos racistas.