A violência que eclodiu há mais de uma semana contra estrangeiros na África do Sul afetou cerca de 500 moçambicanos, anunciou hoje em Maputo o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (Minec).
“Dos dados disponíveis, temos cerca de 500 pessoas que estão afetadas pela situação”, disse hoje Geraldo Saranga, porta-voz do Minec, em declarações aos jornalistas.
Geraldo Saranga adiantou que perto de 400 moçambicanos manifestaram interesse em regressar ao país, num processo de repatriamento voluntário e as autoridades moçambicanas estão a criar condições para que o repatriamento se efetive.
O entrave ao processo de repatriamento prende-se com os casos de moçambicanos que foram obrigados a abandonar as suas casas e estão ao relento ou em centros de acomodação, sem documentação.
“Tínhamos grandes esperanças de que o primeiro contingente chegasse ao país na segunda-feira, mas há que fazer primeiro o cadastro e isso é um processo moroso”, indicou o porta-voz do Minec.
O Governo prevê que até quarta-feira haverá condições para receber as vítimas de xenofobia e um centro de trânsito foi criado no distrito de Moamba, província de Maputo, com infraestruturas, água e produtos de higiene.
Geraldo Saranga apelou aos moçambicanos para não retaliarem contra os ataques a estrangeiros na África do Sul, porque Moçambique privilegia uma gestão pacífica dos conflitos.
“Acredito numa plataforma de diálogo que vai produzir uma solução definitiva”, disse.
O porta-voz do Minec assinalou que a violência xenófoba na África do Sul não fere as relações dos dois países.
Os últimos dados oficiais das autoridades sul-africanas indicam que 12 pessoas morreram vítimas de xenofobia naquele país, incluindo um estrangeiro, cuja nacionalidade não foi divulgada.
Ataques a estrangeiros na África do Sul afetaram cerca 500 moçambicanos
