O presidente da Câmara de Moura (Beja), Álvaro Azedo, congratulou-se com a adjudicação da recuperação do Convento do Carmo a uma empresa para criar um hotel de quatro estrelas e dar-lhe “uma nova alma”.
“Juntaram-se todos os ‘ingredientes’ necessários para que tivéssemos investimento em Moura e para criar riqueza e mais camas turísticas para o futuro”, assim como para “voltarmos a ter o nosso Convento do Carmo com o brilho que merece”, afirmou o presidente do município alentejano.
O autarca socialista falava após o Governo anunciar, em comunicado, a adjudicação da recuperação do Convento do Carmo, em Moura, no distrito de Beja, à Sociedade de Promoção de Projetos Turísticos e Hoteleiros (SPPTH), no âmbito do Programa REVIVE.
A SPPTH, gestora do já existente hotel Convento do Espinheiro, de cinco estrelas, em Évora, ganhou a concessão, por 50 anos para fins turísticos, do imóvel.
O objetivo é transformá-lo num hotel de quatro estrelas, com cerca de 50 quartos, num investimento estimado de seis milhões de euros, com abertura prevista para 2022, segundo o Governo.
“É um motivo de orgulho muito grande” o facto de “grupos credíveis e com provas dadas verem Moura como um lugar importante para investir”, afirmou à Lusa Álvaro Azedo, aludindo à entidade vencedora do concurso.
O autarca lembrou que, no âmbito do REVIVE, já tinham sido realizados “concursos anteriores” para o Convento do Carmo, que se encontra “bastante degradado”, mas “ficaram desertos”.
“No último ano e meio, foi desenvolvido um trabalho por vários parceiros, nomeadamente o Turismo de Portugal, a Direção-Geral do Património Cultural, a Direção Regional de Cultura do Alentejo e a Câmara de Moura, que culminou num concurso credível, ao qual concorreram duas empresas, tendo agora sido escolhida esta”, disse.
Segundo Álvaro Azedo, o município “quer que os empresários invistam em Moura, porque é um lugar onde podem marcar presença e ser bem-sucedidos, ganhando dinheiro”. Ao mesmo tempo, o Convento do Carmo é também “um projeto de futuro importante” para o concelho.
“Queremos apostar no turismo e não temos aqui outro projeto desta dimensão e desta qualidade”, realçou, frisando ainda que o convento é especialmente acarinhado pela população.
No convento, contou o autarca, funcionou o antigo Hospital de Moura e os habitantes “estavam todos muito desalentados com o estado de degradação” do imóvel.
“Vai ter outro uso, é certo, mas as pessoas sentem-no como seu, porque muitos de nós nascemos naquele convento, e este é o investimento certo para lhe dar uma nova alma”, argumentou.
O Convento do Carmo, edificado em 1251, foi o 1.º da Ordem Carmelita fundado na Península Ibérica. No século XVI, sofreu transformações profundas, tendo sido construída a igreja, os claustros e as capelas.
Classificado como imóvel de interesse público desde 1944, este é o 9.º projeto do REVIVE a ser adjudicado no país, segundo o Governo.