“Dicionário do calão do Minho” com regionalismos e gírias

Data:

Chama-se “Dicionário de Calão do Minho” mas, muito mais do que palavrões, são os regionalismos, gírias e outras linguagens marginais e informais daquela região e arredores que alimentam a obra agora lançada por João Carlos Brito. No total, o livro apresenta 1.700 palavras e expressões típicas do Minho e a respetiva “
“A ideia é, de uma forma divertida, fazer com que a riqueza linguística típica do Minho não se perca, uma vez que há muitos termos que hoje em dia já só os mais velhos entendem”, referiu o autor .
João Carlos Brito deu exemplos: no Minho, ainda se diz “estou barado” quando se quer expressar espanto ou admiração.
“Borronas” são marcadores, “cabaneiro” é coscuvilheiro, “forrinhos” é o sótão, “peteiro” é mealheiro, “fox” é lanterna, “chieira” é vaidade, “corisca” é ponta de cigarro, “lostra” é bofetada e “fragonete” é furgão.


Há ainda a “maneira” que é braguilha, a “malina” que é mau cheiro, as “cabrunhas” que são os caroços de fruta e o “mata-bicho” que significa pequeno-almoço, refeição ligeira ou mesmo um copinho de aguardente pela manhã.
“São termos que praticamente só se entendem no Minho e, em muitos casos, só mesmo em locais muito específicos da região”, diz João Carlos Brito, sublinhando que a grande tipicidade linguística advém, sobretudo, das zonas do interior.
Entre as 1.700 palavras e expressões esmiuçadas no livro, constam ainda “canté” (que significa “quem dera” ou “era bom”), “enjerido” (cheio de frio), “esganhadar” (arranhar), “estar de furrica” (diarreia) e “estonar” (descascar).
A obra contém, ainda, 29 artigos desenvolvidos sobre palavras e expressões que são típicas do Minho, aventando a sua origem e explicação, numa perspetiva sociolinguística e etimológica.
É o caso, por exemplo, de “alpergata”, nome dado por muitos minhotos ao chinelo de pano com sola em corda ou a sandálias de pano.
João Carlos Brito explica que é uma palavra de origem da Hispânia muçulmana e sublinha que as suas derivações são tantas que, na região do Entre Douro e Minho, significava “sapatilhas” .
O autor aponta ainda, e explica, a expressão “Ver Braga por um canudo”, que os minhotos usam para dizer que não se conseguiu atingir um determinado objetivo.
“Braga era meta para muitos jovens como cidade clerical. Era para os seminários da cidade que os pais mandavam os seus filhos mais velhos, na esperança que eles dessem padres. Porém, muitos não conseguiam atingir a sua meta e, lá está, ficavam a ver Braga por um canudo”, referiu.
A obra, que foi sendo “trabalhada” ao longo da última década.
Em “bom minhoto”, o autor espera que haja “pouco chiqueiro” (pouco barulho) e que o “númbaro” (número) de pessoas presentes seja elevado, para acontecer uma cerimónia de “rebimbomalho” (arromba).

 

Share post:

Popular

Nóticias Relacionads
RELACIONADAS

Compal lança nova gama Vital Bom Dia!

Disponível em três sabores: Frutos Vermelhos Aveia e Canela, Frutos Tropicais Chia e Alfarroba e Frutos Amarelos Chia e Curcuma estão disponíveis nos formatos Tetra Pak 1L, Tetra Pak 0,33L e ainda no formato garrafa de vidro 0,20L.

Super Bock lança edição limitada que celebra as relações de amizade mais autênticas

São dez rótulos numa edição limitada da Super Bock no âmbito da campanha “Para amigos amigos, uma cerveja cerveja”

Exportações de vinhos para Angola crescem 20% desde o início do ano

As exportações de vinho para Angola cresceram 20% entre janeiro e abril deste ano, revelou o presidente da ViniPortugal, mostrando-se otimista quanto à recuperação neste mercado, face à melhoria da economia.

Área de arroz recua 5% e produção de batata, cereais, cereja e pêssego cai 10% a 15%

A área de arroz deverá diminuir 5% este ano face ao anterior, enquanto a área de batata e a produtividade dos cereais de outono-inverno, da cereja e do pêssego deverão recuar 10% a 15%, informou o INE.