O Palácio Ducal de Vila Viçosa é uma obra ímpar na arquitectura civil portuguesa. Casa de uma das mais importantes famílias nobres portuguesas, assistiu à ascensão dos Duques de Bragança, testemunhando episódios icónicos da História de Portugal, como a Troca das Princesas. Um palácio imponente, com mais de 100 metros de fachada, com um terreiro com cerca de 16.000 m2 rodeado pelo próprio edifício, o Convento dos Agustinos e o Convento de Chagas, com a estátua de D.João IV, primeiro rei desta dinastia, destacada no centro da praça.
A construção do Palácio Ducal de Vila Viçosa começou no primeiro ano do século XVI por decisão do 4º Duque de Bragança, D. Jaime I. Situado na Horta do Reguengo, longe da confusão do centro urbano medieval, onde havia extensos olivais e água com abundância, o novo palácio cresceu ao longo de dois séculos.
Foi durante séculos a sede da Casa de Bragança, uma importante família nobre fundada no século XVI, que se tornou Casa Reinante quando, a 1 de Dezembro de 1640, o 8º Duque de Bragança, D. João IV, foi aclamado Rei de Portugal.
A fachada principal, com 110 metros, única na arquitetura civil portuguesa, é toda revestida de mármores da região e inspira-se na arquitetura renascentista, com três andares, a cada um deles correspondendo ordens de caracter clássico. Revestida de silharia e cantaria em mármore róseo de Estremoz, dispõe-se em três registos verticais, correspondendo aos respectivos pisos, e três horizontais, definidos por um tramo central de frontão triangular, onde se rasgam os dois pórticos principais. É rasgada por fiada de vãos rectangulares e desenhada num ritmo harmonioso de padrão clássico, alguns de frontão semicircular e cornijas profundamente molduradas, com correspondência absoluta em cada registo vertical. Pilastras e arquitraves definem os tramos verticais e horizontais, conferindo a toda a composição grande sobriedade e classicismo.
No palácio, dentro das suas 50 salas visitáveis, guardam-se peças das preciosas coleções de arte e raríssimos registos bibliográficos que pertenceram a D.Manuel II, último monárquico reinante em Portugal . Destacam-se as pinturas dos membros portugueses do passado século, ourivesaria, tapeçarias flamenga e francesa, pinturas a fresco em paredes e tectos, mobiliário de estilo, porcelanas orientas, portuguesas, italianas e de outras origens , armaria antiga com peças raras de fabrico português, francês, alemão e oriental.
Durante a ascensão da Casa de Bragança ao trono de Portugal no dia da Restauração, Vila Viçosa passou de morada de uma das famílias nobres mais importantes da família portuguesa, a mais uma das residências reais oficiais espalhadas pelo reino. O Paço Ducal viveu momentos áureos como os casamentos dos filhos D. João V e de D. Maria I com os filhos dos soberanos espanhóis seus contemporâneos: episódio conhecido na História de Portugal por Troca das Princesas. Nesta altura, foram realizadas novas campanhas de melhoramento do palácio no andar nobre, cozinha e Capela.
Após a subida de D. João IV ao trono, o Paço de Vila Viçosa deixou de ser residência oficial dos Duques de Bragança e as visitas da nova família real portuguesa tornaram-se esporádicas.
Foi claramente um palácio longamente estimado estimada pela realeza portuguesa. No reinado de D. João V, mais precisamente em 1716, houve novas obras no palácio, só terminadas no tempo de D. José, sofrendo uma vez mais remodelações no final do século XIX. Neste século, as até então pouco recorrentes visitas da Família Real tornam-se frequentes, sendo o Paço arranjado sucessivamente também nos reinados de D. Luís e D. Carlos receber a família real e a sua numerosa comitiva durante as excursões anuais de caça na tapada.
Em 1910, com a implantação da República, o Paço Ducal encerra as portas. Logo após a morte de D. Manuel II, em 1932, e por sua forte vontade expressa em testamento, é criada a Fundação Casa de Bragança e o palácio volta a abrir as portas a visitantes.
Aos nossos leitores que queiram visitar este magnífíco palácio, deixamos algumas informações: os horários das visitas ao Paço Ducal têm diferentes horários consoante os meses. Às segundas o palácio encontra-se encerrado e às terças-feiras de manhã também não há qualquer visita durante todo o ano, começando apenas à tarde, a partir das 14 nos, até às 17 ou 18 horas. Nos restantes dias, durante qualquer mês é possível visitar este monumento entre as 10 e as 13, enquanto as excursões durante a tarde começam invariavelmente às 14 e terminam às 17 entre os meses de outubro e março, às 17.30 horas nos meses de abril, maio, junho e setembro, e às 18 horas em julho e agosto.