O hospital de Beja realizou a primeira ablação de fibrilhação auricular pela técnica de crioablação no sul de Portugal, tornando-se “pioneiro” na região no procedimento “minimamente invasivo” para corrigir esta perturbação do ritmo cardíaco, foi anunciado.
Num comunicado enviado à agência Lusa, a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) informa que o seu Serviço de Cardiologia, situado no hospital de Beja, realizou, na passada sexta-feira, a primeira ablação de fibrilhação auricular pela técnica de crioablação na região sul.
No procedimento, no hospital de Beja, que “passa agora a dispor desta opção de tratamento”, foi tratado o primeiro doente com aquela técnica no sul de Portugal.
Trata-se de um procedimento “minimamente invasivo” utilizado para corrigir, através do isolamento elétrico das veias pulmonares na aurícula esquerda, a perturbação do ritmo cardíaco conhecida como fibrilhação auricular.
O procedimento foi realizado por uma equipa multidisciplinar composta pelo cardiologista Luís Moura Duarte, pela anestesista Luísa Elisiário, pelo electrofisiologista João de Sousa e pelo cirurgião cardíaco Javier Gallego, além de enfermeiros e técnicos de cardiopneumologia e radiologia da ULSBA.
A fibrilhação auricular é a anomalia mais comum do ritmo cardíaco e mais frequente à medida que se envelhece, refere a ULSBA, indicando que se estima que “afete cerca de 1% da população” e que se observa em 5% das pessoas com mais de 65 anos e em 10% com mais de 80 anos.
Segundo o cardiologista Luís Moura Duarte, citado no comunicado, a fibrilhação auricular “aumenta o risco” de insuficiência cardíaca e de acidente vascular cerebral (AVC) e é um “fator de risco para o desenvolvimento de demências”.
“É uma condição que aporta custos para a população e, por isso, é com orgulho que o hospital de Beja passa agora a ser um centro que vem ajudar a tratar esta patologia”, afirma Luís Moura Duarte.
A ablação pela técnica de crioablação neutraliza os impulsos elétricos anormais do tecido cardíaco e “pode ser a solução para tratar a fibrilhação auricular quando não está controlada pela medicação”, explica a ULSBA.