Loulé quer acabar musealização de Banhos Islâmicos em 2 anos e meio

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A Câmara de Loulé espera concluir em dois anos e meio a musealização do espaço dos Banhos Islâmicos e do Paço Quatrocentista, numa intervenção “em tecido urbano” destinada a preservar e mostrar um património “único em Portugal”.

A intervenção, orçada em 1,3 milhões de euros e cujo aviso para lançamento de empreitada foi publicado na sexta-feira em Diário da República, permite preparar o espaço para mostrar ao público um património “encontrado pela primeira vez em 2006”, que esteve “anos sem escavação”, retomada em 2015 em colaboração com o campo arqueológico de Mértola, disse a diretora municipal da Câmara de Loulé, Dália Paulo.

“Este é o único espaço balnear islâmico conservado em todo o país, não há outro. A grande mais-valia deste espaço e deste sítio arqueológico é ser único em Portugal. Não se conhecia até à sua descoberta, e não se conhece, uns banhos islâmicos e tivemos a sorte de tê-los e conhecê-los aqui em Loulé”, destacou Dália Paulo, arqueóloga de formação.

Trata-se de uma “planta que é a mais bem conhecida na Península Ibérica e única em Portugal” e a autarquia considerou que devia valorizar o património como área “essencial para o desenvolvimento” do concelho e que “tinha de musealizar o espaço e torná-lo acessível a todos os que os quisessem visitar”, até porque já era anualmente “aberto a visitas e muito procurado” durante o período do festival Med, um dos principais eventos culturais em Loulé.

“Falamos na musealização do espaço dos Banhos Islâmicos, mas em bom rigor devíamos estar a falar da musealização do espaço dos Banhos islâmicos e do Paço Quatrocentista, que é outra dimensão, já no nível cristão, da ocupação daquele espaço”, afirmou Dália Paulo, sublinhando que se trata de um “edifício do século XV, raro”.

Isto deixava Loulé com um “algo importante em termos patrimoniais” para “a história de Portugal, mas também a história do mundo islâmico na Península Ibérica”, argumentou.

“Para além da musealização das estruturas em si, que é um projeto do arquiteto Vítor Mestre, vamos criar também um espaço de contextualização, ou seja, teremos também um centro interpretativo que as pessoas vão poder visitar”, explicou.

Além dos Banhos e do Paço, a contextualização no centro interpretativo incluirá também informação sobre “outro elemento fundamental do património” como “é a muralha do castelo, que está classificada e também vai ser valorizada e vamos também contar a sua história naquele espaço e lugar, disse a diretora municipal.

“Vamos também dar muita importância à questão da comunicação, como aquelas pedras nos vão falar e, portanto, vamos ter espaços dedicados aos vários públicos, mas sobretudo ao público infanto-juvenil e escolar, com um espaço de atividades próprias para essa faixa etária”, exemplificou.

Dália Paulo destacou a colaboração do campo arqueológico de Mértola para recuperar este património e o papel “da Universidade do Algarve, via professor Luís Oliveira” e “Marco Sousa Santos, que foi o investigador que estudou a área do Paço Quatrocentista”, assim como da Direção Regional de Cultura do Algarve.

A também antiga diretora regional de Cultura do Algarve frisou, no entanto, que este é financeiramente um “esforço suportado integralmente” pela Câmara de Loulé, que tem um prazo de 730 dias para realizar a musealização.

“No final, poder-se-á precisar de uma a duas semanas para fazer a montagem da exposição e depois podemos abrir ao público”, afirmou ainda Dália Paulo, prevendo a abertura para dentro de “cerca de dois anos e meio”.

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