Até há algum tempo atrás, o Palácio do Marquês de Pombal, outrora propriedade de Sebastião José de Carvalho e Melo, secretário de Estado do Rei D. José, podia ser visitado apenas ocasionalmente e mediante inscrição prévia. Imponente exemplo da casa senhorial portuguesa do séc. XVIII, o palácio é uma construção nos estilos barroco e rococó, situada no centro da vila de Oeiras.
Pertenceu a um dos homens mais poderosos da História de Portugal. Pensa-se que o Palácio Marquês de Pombal será obra da imaginação de Carlos Mardel, arquiteto húngaro a quem foi dado grande protagonismo na reconstrução, em traça pombalina, de Lisboa após o terramoto
Vários escultores pombalinos deixaram a sua impressão na propriedade. A Cascata dos Poetas, obra de Machado de Castro, datada de 1774, é um dos vários exemplos de trabalhos de escultura feitos a pedido de Sebastião José de Carvalho e Melo, homem viajado, culto e interessado em arte. Presta homenagem, sob a forma de bustos em mármore, aos quatro poetas preferidos do marquês de Pombal e conde de Oeiras: Camões, Tasso, Virgílio e Homero. No exterior, há ainda a Casa da Pesca, assim chamada devido às cenas da faina que cobrem as suas paredes em painéis de azulejo, a Fonte do Ouro e a adega. No interior, todos os tetos são decorados com pinturas e estuques em relevo, obras de João Grossi que representam elementos alusivos à utilização de cada sala. A capela dedicada a Nossa Senhora das Mercês tem igualmente papel de destaque no que à qualidade dos estuques diz respeito, tendo também interesse a perspetiva da sua abóbada de azulejos figurativos e as telas de André Gonçalves nos altares.
O palácio conserva um valioso espólio, de que é exemplo a célebre pintura de Joana do Salitre, mas, do recheio original, nada resta, já que a família Pombal o leiloou na totalidade em 1939, ficando as peças dispersas.
A propriedade chegou a incluir duas quintas, distinguidas entre si pelos nomes de Quinta de Baixo e Quinta de Cima, e, para além da parte recreativa, incluía também uma parte agrícola lucrativa. Aqui se fazia criação de bichos da seda e aqui se produz, ainda hoje, o vinho de Carcavelos. O lagar de azeite, para onde iam as uvas provenientes dos oito olivais que o marquês tinha em Oeiras, ainda existe e, depois de uma intervenção de restauro, entre 1989 e 1990, que o encontrou abandonado, após ter servido de arrecadação durante alguns anos, está disponível para visita.
Foi nesta quinta de recreio que o marquês organizou, em 1776, a primeira exposição agrícola e industrial do país. Porém, 22 anos depois, toda essa grandeza desaparecera e os descendentes de Pombal vendem o palácio a Artur Brandão. Em 1962, a propriedade é desmembrada, sendo o palácio e os jardins comprados pela Fundação Calouste Gulbenkian, que aí instala as obras de arte colecionadas pelo empresário arménio, e a Quinta de Cima, Casa da Pesca e diferente fração dos jardins adquiridas pela Estação Agronómica Nacional.
O edifício chegou a ser, a partir de 79, sede do Instituto Nacional de Administração. A Câmara Municipal de Oeiras começou, a partir de 2003, um processo de aquisição à Fundação Gulbenkian, da propriedade. Em 2004, os jardins foram recuperados e abertos ao público.
como visitar
As modalidades de visita são várias. O acesso aos jardins é gratuito e pode ser feito, de 1 de maio a 30 de setembro, todos os dias entre as 9 e as 21h, ou, de 1 de outubro a 30 de abril, também todos os dias, das 10 às 18h. O lagar de azeite tem um horário diferente para os vários dias da semana. Já o palácio e a loja estão abertos de terça a domingo, das 10 às 18h. Os domingos são gratuitos e os ingressos são oferecidos no caso de desempregados, estudantes no município, maiores de 65 anos, entre outras condições. O preço dos bilhetes normais vai de 3€, para visitas livres, a 5€ para visitas encenadas ou temáticas, custando uma visita guiada, 4€.