A Universidade de Évora (UÉ) vai ter uma licenciatura em Enologia no próximo ano letivo, centrada na produção e investigação científica na área da vitivinicultura e na formação em enoturismo, revelou hoje a academia.
“Temos uma tradição muito grande na área da viticultura e da enologia e, como estamos inseridos numa região potencialmente empregadora de licenciados nesta área, achámos que fazia todo o sentido” avançar com a licenciatura, disse hoje à agência Lusa a coordenadora do novo curso da UÉ, Maria João Cabrita.
Em comunicado, a universidade revelou que a nova licenciatura vai avançar no ano letivo de 2019-2020, ou seja, a partir de setembro.
O curso deverá disponibilizar 10 vagas neste ano de arranque, segundo a coordenadora, e estará, pois, já disponível para as candidaturas dos alunos no Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, que começa no dia 17 deste mês.
“Eventualmente, se houver uma grande procura, ainda podemos aumentar as vagas este ano”, admitiu Maria João Cabrita, frisando que, certamente, no ano letivo de 2020-2021, o número de vagas da licenciatura “é para aumentar”.
A UÉ realçou que este novo curso se destaca “pelo enfoque no ensino fortemente ligado à produção e à investigação científica na área da vitivinicultura”, áreas em que a academia alentejana sublinhou possuir “condições únicas”.
“Mas, evidentemente, esta licenciatura e a formação que os alunos recebem não é exclusiva da viticultura do Alentejo. Há sempre um conhecimento genérico da viticultura, quer nacional, quer mundial, e todas as práticas enológicas que nós aqui utilizamos são também as mesmas que são utilizadas a nível nacional e a nível mundial”, salientou a coordenadora.
Curso terá componente de enoturismo
No centro da formação, que vai combinar as vertentes teóricas e práticas, vai estar também a componente do enoturismo, o que, para Maria João Cabrita, torna esta licenciatura “diferenciadora relativamente a outras formações oferecidas nesta área”.
“Um dos aspetos fundamentais é porque nós estamos a tentar incluir nesta formação uma aposta no enoturismo, que é muito importante e que as adegas necessitam”, argumentou.
Além disso, é também “diferenciadora” porque “existem duas unidades curriculares com grande peso em número de créditos e que têm um cariz muito prático”.
“Nessas unidades, que são as práticas integradas de viticultura e as práticas integradas de enologia, a nossa ideia é que os alunos vão, de facto, trabalhar para uma vinha e trabalhar para uma adega, para verem ‘in loco’ todas as operações que decorrem ao longo do ano”, indicou a coordenadora e professora do departamento de Fitotecnia.
A licenciatura de Enologia – a UÉ já oferece há algum tempo um mestrado em Viticultura e Enologia – vai ser ministrada na Escola de Ciências e Tecnologia.