A exposição ‘Olhar para Dentro’, que reúne 60 anos de produção de obra gráfica de Paula Rego, com cerca de 200 peças, incluindo doações da artista.
A mostra será, na Casa das Histórias, em Cascais. De acordo com a Fundação D. Luís I, que organiza a mostra com a Câmara Municipal de Cascais, no âmbito da programação do ‘Bairro dos Museus’, a exposição é inaugurada às 18:30, e ficará patente até 17 de novembro, na Casa das Histórias Paula Rego.
Com curadoria de Catarina Alfaro, a exposição apresentará também desenhos preparatórios para a execução das gravuras, chapas de cobre e trabalhos mais recentes e menos conhecidos.
‘Olhar para Dentro’ inclui doações da artista, que decidiu completar a coleção da sua obra gráfica pertencente à Câmara Municipal de Cascais, à Fundação D. Luís I e à Casa das Histórias Paula Rego.
“Com toda a sua força e liberdade criativas, Paula Rego carrega estes trabalhos de uma forte componente emocional e de crítica social, ao abordar temas como o aborto ou a mutilação genital feminina. A artista recorre a imagens irreais e de terror, remetendo para o mais horrível e monstruoso cenário humano”, descreve o texto sobre a exposição divulgado pela fundação.
A par da exposição, abre ao público a terceira edição da oficina de gravura na Casa das Histórias, com ateliês, sessões abertas, visitas e um curso intensivo, atividades dirigidas ao público em geral que exploram diversas técnicas usadas por Paula Rego, na criação da sua obra gráfica.
Na sexta-feira, o Ministério da Cultura anunciou que irá distinguir a pintora Paula Rego, de 84 anos, com a Medalha de Mérito Cultural, a 16 de julho, no atelier da artista, em Londres.
De acordo com uma nota de imprensa divulgada pela tutela, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, justificou a atribuição por Paula Rego ser “uma artista extraordinária, que sempre procurou transformar a realidade através da arte”.
“E é mulher e portuguesa. Portugal tem um imenso orgulho em poder afirmá-lo. Por isso, decidiu o Governo português reconhecê-lo publicamente através da atribuição da Medalha de Mérito Cultural”, justifica a tutela.
O ministério recordava ainda que a inauguração, em 2009, da Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, “permitiu o acesso mais alargado de públicos não só à sua obra, mas também à vida excecional da artista”.
Nascida em Lisboa, Paula Rego, que completou 84 anos em janeiro deste ano, começou a desenhar ainda em criança, e partiu para a capital britânica com apenas 17 anos, para estudar na Slade School of Fine Art.
Em Londres conheceu o marido, o artista inglês Victor Willing, falecido em 1988, cuja obra Paula Rego já mostrou por várias vezes no museu Casa das Histórias, em Cascais, que detém um importante acervo de obras da autora.
Nas últimas décadas, a pintora tem abordado temas políticos, como o abuso de poder, e sociais, como o aborto, entre outros do universo feminino.
Em 2010, foi nomeada Dame Commander of The Order of the British Empire pela Coroa Britânica, pela sua contribuição para as artes. Em 2016 recebeu a medalha de honra da cidade de Lisboa.
Paula Rego está representada em várias das mais importantes coleções públicas europeias e em prestigiadas exposições em museus e em espaços expositivos de todo o mundo.
Na sua deslocação a Londres, entre os dias 16 e 17 de julho, a ministra da Cultura irá entregar a distinção a Paula Rego e visitará também a exposição da pintora “Obedience and Defiance”, na Milton Keynes Gallery, patente até ao dia 22 de setembro.