Luso-malaio diz que em Macau já ninguém fala o ‘patuá’

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O crioulo de base portuguesa de Macau, o patuá, está classificado há quase uma década pela UNESCO como “gravemente ameaçado”

Um dos representantes da minoria luso-malaia perante o estado de Malaca disse hoje à lusa que a cultura e o crioulo de matriz portuguesa de Macau vão desintegrar-se “mais rápido do que o Bairro Português em Malaca”. “Em Macau já ninguém fala o Patuá”, disse Joseph Santa Maria, em declarações à Lusa, na cidade malaia conquistada pelos portugueses em 1511.
Derivado do crioulo de Malaca, o kristang, o crioulo de base portuguesa de Macau, o patuá, está classificado há quase uma década pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como “gravemente ameaçado”, o último patamar antes de uma língua se extinguir por completo. “Nós perdemos Macau no sentido em que Macau pertence à China e penso que em Macau vai-se desintegrar aos poucos. Mais rápido do que o Bairro Português em Malaca”, sublinhou Joseph Santa Maria. Segundo o luso-malaio, apesar de o Bairro Português de Malaca, ter menos apoios que Macau, as gentes que lá vivem “têm um orgulho enorme em ter um passado português”.
O Kristang surgiu há cerca de 500 anos quando Afonso de Albuquerque desembarcou em Malaca, demoliu a Grande Mesquita, e levantou no local uma fortaleza que seria um importante entreposto comercial.
Esta língua, ameaçada de extinção, emprega a maior parte do seu vocabulário do português, mas a sua estrutura gramatical é semelhante ao malaio e extrai as suas influências dos dialetos chinês e indiano.
“Nós aqui, chamem-lhe crioulo, chamem-lhe outra coisa qualquer, falamos língua portuguesa, porque vem da língua portuguesa”, afirmou o luso-malaio.
Segundo a UNESCO, o kristang encontra-se “seriamente ameaçado”, estimando-se que pouco mais de duas mil pessoas ainda saibam falar este crioulo de matriz portuguesa. A organização calcula que metade das 6.000 línguas faladas no mundo desaparecerá até 2100. Este crioulo é ainda falado em algumas áreas de Malaca, como em Ujong Pasir, um dos lugares onde os descendentes de colonos portugueses na Ásia se instalaram.

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