A história do Palácio de Monserrate repete-se através dos tempos. Antigamente designada Quinta da Bela Vista, a propriedade data de tempos longínquos. Foi construído sobre as ruínas da mansão neo-gótica edificada pelo comerciante inglês Gerard de Visme, que controlava a concessão da importação do pau-brasil em Portugal e foi o responsável pelo primeiro palácio de Monserrate.
William Beckford alugou a propriedade em 1793. Restaurou o palácio, começando a criar um jardim paisagístico, mas não ficou muito tempo em Portugal. Foi a D.Maria de Castro e Almeida Pimentel de Siqueira e Abreu, os seguintes proprietários, que Francis Cook adquiriu o palácio. Hoje, é um exemplar sugestivo do Romantismo português, ao lado de outros palácios na região, como o Palácio da Pena. Durante a década de 1920, o palácio seria posto à venda, acabando por ser adquirido pelo Estado em 1949.
O exuberante e requintado Palácio de Monserrate é o sonho realizado deste milionário britânico Francis Cook, do século XIX. Encontra-se nos limites do Parque de Monserrate, a quatro quilómetos de Sintra, e a sua flora é um dos mais ricos jardins botânicos portugueses – obra do paisagista William Stockdale, do botânico William Nevill, do mestre jardineiro James Burt, e sobretudo, do romântico Francis Cook. O local convida-nos, assim, a demorados passeios por entre a vegetação. Muito se fica a dever ao empresário que atribuiu o projecto ao arquitecto inglês James T. Knowles que delineou um programa de construção e ornamento em plena comunhão com o programa de florestação e renovação das espécies botânicas do parque.
Concluído em 1866, é um dos mais importantes exemplos de arquitectura romântica em Portugal e é, inegavelmente, um testemunho sem par dos ecletismos da época oitocentista. O seu estilo tem várias influências: para além da ecléctica, apresenta indícios góticos, indianos e mouriscos, onde os motivos exóticos e vegetalistas do interior se estendem harmoniosamente aos jardins.
Património Mundial da Humanidade da UNESCO é considerado imóvel de interesse público desde 1978, o Parque de Monserrate é único pelos seus caminhos sinuosos por entre as ruínas com múltiplos recantos onde descobrimos lagos e cascatas. Trata-se de um cenário quase encantado que sugere o domínio da natureza sobre o Homem num espaço que mistura, de forma graciosa e em harmonia, espécies botânicas portuguesas com plantas de todo o mundo. O projecto paisagístico soube explorar as particularidades micro-climáticas da serra, sendo possível, desta maneira, observar mais de 3000 espécies exóticas. Uma visita a este parque permite-nos viajar por cenários mexicanos, com arvoredo, fetos arbóreos e araucárias, agaves, azáleas e palmeiras ancestrais, mas também envolver em paisagens japonesas cheias de camélias, rododendros e bambus.
O palácio, reaberto ao público em 2007, após cerca de meio século de encerramento, foi recentemente objecto de um projeto de recuperação e é hoje uma das referências obrigatórias da arquitetura do período romântico em Portugal, beneficiando deste generoso Parque de Monserrate em toda a sua envolvência. Parque e Palácio foram premiados, em Setembro de 2013, com o European Garden Award.
O custo do bilhete para visitar o palácio e o parque varia entre os 6,50 euros (para jovens entre os 6 e os 17 e cidadãos séniores). Relativamente a horários, as visitas começam as 9.30h, terminando com uma hora de diferença nos dois sítios: o palácio fecha uma hora antes, às 19 (último bilhete vendido as 18.15h), enquanto o parque fecha às 20h, com o último bilhete a ser vendido às 19h.
Se habitar em Sintra…
Importa referir aos nossos leitores que os munícipes do concelho de Sintra podem usufruir da isenção no pagamento de entrada nos parques e monumentos sob gestão da Parques de Sintra. No caso de querer apresentar outros comprovativos tradicionais como a fatura da electricidade, água ou gás terá sempre de apresentar o documento identificativo para verificação do nome do titular da fatura.