Mais de mil e quinhentas crianças coloriram as ruas da cidade na sua passagem em cortejo

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CIDADE TEMPLÁRIA DE TOMAR DEU INÍCIO ÀS SUA GRANDE FESTA DO ESPÍRITO SANTO COM “CORTEJO DOS RAPAZES”

 

De quatro em quatro anos a cidade de Tomar fica engalanada para receber a sua grande Festa e única em Portugal e no mundo a “Festa dos Tabuleiros”. Festas em honra do Espírito Santo, cujo culto a Rainha Santa Isabel instituíu, referem alguns investigadores que, estas festas assentram na base de antigas festas pagãs de oferta de oferenda aos deuses como a Deusa Ceres- a deusa das searas. Festa da partilha, organizada pelo povo, que escolhe o seu mordomo que o representa, em Tomar diferem das festas do Espírito Santo que a Época dos Descobrimentos levaram para os Açores, dado haver, em Tomar o transporte do tabuleiro com pão e ornamentado agora com flores de papel que as jovens vestidas de branco transportam à cabeça. A festa que tem o seu ponto máximo no Grande Cortejo ee que este ano se realiza a 7 de Julho, no domingo antes deste grande dia, tem lugar o “Cortejo dos Rapazes” já que as crianças não podem incorporar o Grande Cortejo, mas tem o seu dia, para os despertar quando adolescentes, para manterem a tradição

Festa dos Tabuleiros, que se realiza de quatro em quatro anos em Tomar, no distrito de Santarém, começou este fim de semana com destaque para o desfile de 1.650 crianças, no Cortejo dos Rapazes.
Com o “ponto alto” da festa a acontecer no dia 07 de julho, com a saída de 748 tabuleiros (mais 58 que em 2015) – transportados à cabeça por raparigas trajadas de branco –, a Festa dos Tabuleiros, uma das manifestações culturais e religiosas mais antigas de Portugal, realiza-se por decisão da população, que se reúne um ano antes, iniciando os trabalhos de confeção das flores para os tabuleiros e para a ornamentação das ruas.
No fim de semana de abertura da festa, o destaque foi para o Cortejo dos Rapazes, tradição retomada na festa de 1991 e que reproduz, à dimensão das crianças, o grande cortejo dos Tabuleiros.
As crianças dos três aos dez anos, com as mais pequenas a transportarem “cestinhas” em vez de tabuleiros, saiu da Mata Nacional dos Sete Montes, perante milhares de pessoas a assistir e sob o olhar atento das educadoras e auxiliares e dos pais babados que viam na inocência dos filhos a alegria estampada de quando mais jovens levaram ou levam tabuleiro no Grande Cortejo. Lindo comovente, este cortejo. Há quem lhe dê tanto ou mais valor que o Grande Cortejo.


A cidade de Tomar vive no ano da Festa dos Tabuleiros um movimento de agregaçã do povo única. É extensivo ás outras dez freguesias ditas rurais e, todas querem paraticipar na Festa e passam-se meses a fazer flores em papel. Vale a pena visitar Tomar e tirar uma semana de férias para viver esta atmosfera! A diáspora tomarense que se estende da Europa aos EUA e Canadá, faz tudo para estar presente e este ano a presença no desfile das criançs de uma jovem , filha de emigrantes que nos EUA ganhou um concurso escolar, pedidndo aos pais para elaborar um traje e um tabuleiro real. Logo foi convidada para inorporar este “Cortejo” dos mais pequenos. No futuro certamente irá incoproar o grande cortejo. A mística da festa já entrou no seu ADN. Neste dia podia-se dizer “ aqui mandam as crianças” e se este mini cortejo, mais curto como é normal que o Grande Cortejo, o seu significado ´apaixonante. Mobilizou as educadoras, professoras, auxiliares, os pais que suportam os custos da feitura do mini tabuleiro e das cestinhas e dos fatos dos seus meninos e da ´rea de todo o concelho. A par dos tabuleiros as ruas ornamentadas, o Cortejo do Mordomo e os Cortejos Parciais dos Tabuleiros a 06, dia em que se disputam as finais dos jogos populares e se expõem os tabuleiros na Mata dos Sete Montes (de acesso ao Convento de Cristo), com o grande cortejo a acontecer no dia 07, encerrando a festa no dia 08, quando é feita a distribuição do Bodo ou Pêza, são pontos altos da festa.

CULTO DO ESPÍRITO SANTO
Refere o estudioso tomarense e ilustre advogado – Godinho Granado “A Rainha Santa, D. Isabel de Portugal, referem que trouxe de Aragão sua terra em Espanha, as novas doutrinas do cristianismo. Na época difundiram-se elas por todo o reino com a criação de irmandades por todos os lugares, cidades, vilas e aldeias e com a expansão do culto em liturgias festivas de que se perdeu a tradição e memória em muitos locais, mas que subsistiram e se conservaram em outros, designadamente nos mais importantes domínios templários e que os navegadores e povoadores levaram e implantaram nas ilhas dos Açores e da Madeira. O culto do Espírito Santo materializava- -se numa procissão que integrava o imperador e três pajens transportando as três coroas, a representar a Santíssima Trindade. O imperador era coroado na igreja em rito eclesiástico após o que a procissão se formava e saia para o exterior acompanhada de música e de danças com a participação da nobreza local e do povo. À frente do imperador, o pendão do Espírito Santo e as três coroas levadas pelos pajens. Na procissão, clero, nobreza e povo. Após cumprir o percurso a procissão regressava à igreja onde o imperador era novamente coroado e recebia as honras devidas. O ritual era repetido cada domingo até à véspera do Pentecostes, data em que tinha lugar a bênção do bodo seguida da distribuição pela gente do povo. Compunham o bodo, pão, vinho e carne de bovino. Em Colares e em Tomar, lugares de fortes raízes templárias, o boi adornado com fitas coloridas e acompanhado de música, era previamente passeado pela vila. Com estes rituais subsiste no Penedo de Sintra, Colares, Açores e Madeira, enquanto em Tomar evoluiu para o predomínio da espectacularidade do tabuleiro em longas filas processionais de largas centenas, num florilégio esplendoroso de luz e de cor.
E quando, violentamente extinta a Ordem do Templo, as felizes diligências do Rei D. Dinis, com o beneplácito papal logram fazê-la suceder pela Ordem de Cristo com os mesmos ideais, princípios, valores, simbologias, nome e até frades e cavaleiros, a nova ordem, lançada pelo seu governador, o Infante D. Henrique, nos caminhos dos mares incógnitos à descoberta de novas terras e de novas gentes, transporta consigo o culto do Espírito Santo que navegadores e povoadores implantam nas terras dos Açores e da Madeira, onde se enraizaram até hoje. Nas terras de Tomar e sob a influência do gótico manuelino que está a ser aplicado nas obras dos principais monumentos da Vila, o tabuleiro perde a ligação à “tabula”, converte-se em cesto de base redonda, e ganha altura em colunas cilíndricas enfileiradas de pão e de flores, tudo coroado no topo por uma coroa e pela pomba representativa do Espírito Santo, ou pela Cruz de Cristo manuelina. Os tabuleiros ordenam-se em procissão e na cauda figuram o touro e o vinho, símbolos e fontes de vida e de alegria. Se os tabuleiros actuais encontram a sua génese na “tabula” romana e a sua evolução no complicado rendilhado manuelino, a constituição do bodo, que em Tomar se chama peza, vem de raízes imemoriais que mergulham no ciclo das sementeiras e das colheitas. O pão, desde sempre integrante das dietas alimentares fundamentais, constitui também o símbolo cristão na liturgia da hóstia consagrada”
Dada a sua complexidade, e custos a festa realiza-se de quatro em quatro anos.

ANTÓNIO FREITAS (TEXTO E FOTOS)

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