São 20 as obras da Fundação Bienal de Arte de Cerveira (FBAC) que podem ser vistas a partir de hoje no Mosteiro da Batalha, na exposição ‘Volumes e interações na história’.
As esculturas levam assim a arte contemporânea ao ambiente gótico do Mosteiro da Batalha, monumento que integra desde 1983 a lista do Património Mundial elaborada pela UNESCO.
A exposição está patente até 29 de setembro e a sua inauguração realiza-se no âmbito do festival ‘Artes à Vila’, que decorre na vila da Batalha de 27 a 30 de junho.
A inauguração da exposição acontece às 19h00, no Claustro Real do Mosteiro Santa Maria da Vitória (Mosteiro da Batalha).
“No ano em que recebemos a distinção de ‘Melhor Museu Português’ pela Associação Portuguesa de Museologia, esta mostra neste monumento ímpar do gótico português vem reforçar o desígnio de valorização, dinamização e divulgação de uma importante coleção, composta por cerca de 670 obras de arte contemporânea”, sublinha o presidente da Fundação Bienal de Arte de Cerveira, Fernando Nogueira:
Criadas por 18 artistas, as 20 esculturas propõem “uma nova leitura das peças da coleção da Fundação Bienal de Arte de Cerveira e também uma reflexão acerca da arte contemporânea como expoente simbólico do lugar”, explica o diretor artístico da FBAC e curador da exposição, Cabral Pinto.
A parceria foi também alargada ao espaço público, onde o artista premiado na XI da Bienal Internacional de Arte de Cerveira (2001), Acácio de Carvalho, apresenta a intervenção ‘Pirâmide Imperfeita’, de seis metros de altura e oito de largura.
Já o festival ‘Artes à Vila’, estreou-se em 2018 com a ambição de se projetar em Portugal e na Europa pela música tradicional portuguesa e músicas do mundo.
A segunda edição regressa agora de 27 a 30 de junho para um fim de semana de partilhas e vivências culturais junto do monumento Património da Humanidade, com música, exposições, visitas guiadas, workshops e conferências.
Uma jóia da arquitetura portuguesa
O Mosteiro de Santa Maria da Vitória, mais conhecido como Mosteiro da Batalha é uma das mais belas obras da arquitetura portuguesa e europeia.
É o resultado do cumprimento de uma promessa feita pelo rei D. João I, em agradecimento pela vitória em Aljubarrota (travada a 14 de agosto de 1385), que lhe assegurou o trono e garantiu a independência de Portugal.
As obras prolongaram-se por mais de 150 anos, através de várias fases de construção. Esta duração justifica a existência, nas suas propostas artísticas, de soluções góticas (predominantes) manuelinas e um breve apontamento renascentista.
Vários acrescentos foram introduzidos no projeto inicial, resultando um vasto conjunto monástico que atualmente reúne uma igreja, dois claustros com dependências anexas e dois panteões reais, a Capela do Fundador e as Capelas Imperfeitas.
D. João I doou-o à ordem de S. Domingos, doação a que não foram alheios os bons ofícios do Doutor João das Regras, chanceler do reino, e de Frei Lourenço Lampreia, confessor do monarca.
Na posse dos dominicanos até à extinção das ordens religiosas em 1834, o monumento foi depois incorporado na Fazenda Pública, estando hoje na dependência da Direção-Geral do Património Cultural.