No coração do Minho, concelho de Amares, Braga, visitámos uma das mais belas quintas da região dos Vinhos Verdes, a Quinta d’Amares. Com mais de 55 hectares e um legado histórico representado pelo Mosteiro de Rendufe do século XI e o Aqueduto do século XVII, a marca Quinta D’Amares reflete nos seus produtos, todo o património e exuberância do seu terroir.
A quinta contígua ao mosteiro da Ordem Beneditina, é exposta a sul, soalheira e sujeita a condições climatéricas únicas, onde o Parque Nacional da Peneda do Gerês que protege o Vale do Cávado e a influência da proximidade atlântica, criam um microclima propicio para a produção de Vinho Verde, destacando a exuberância das suas principais castas – Loureiro, Alvarinho e Arinto.
A receber-nos estava o proprietário da quinta – José Alberto Pedrosa e o responsável comercial e de marketing – João Pires.
José Alberto Pedrosa, engenheiro químico de formação e um profundo conhecedor do mundo dos vinhos, orgulha-se de produzir nesta propriedade Vinhos Verdes que se diferenciam pelo rigor e pelo cuidado ao longo de todo o processo produtivo. Explicando que para além da excelência das condições que a propriedade oferece, é também de suma importância o cuidado exigente e diário da vinha, a organização durante o período de vindima e, com as uvas nas mais perfeitas condições, o trabalho da equipa de enólogos – António Sousa e Rui Oliveira – que coordenam todo o processo para uma prensagem suave e para o mosto fermentar de acordo com os mais altos padrões de qualidade, a temperaturas controladas, que se traduzirá nos vinhos Quinta D’Amares com um padrão, colheita após colheita, de grande exuberância aromática, paladar suave e delicado.
MP- Fales deste seu projeto Quinta D’Amares, dos vinhos e da sua quinta
José Pedrosa -Desde 1946 que a minha família está “no mundo dos vinhos”. Em 1988 o meu pai, por paixão, decidiu adquirir esta quinta, que foi propriedade do Convento dos Beneditinos, da Ordem de S. Bento.
Quando adquirimos a propriedade, iniciamos um projeto de reconversão e plantação de vinha. Atualmente, só nesta propriedade, estamos com aproximadamente 55 hectares de vinha inserida no vale entre o rio Cávado e o rio Homem, muito próximos em linha reta do mar, um microclima que potencia a exuberância das castas Loureiro, Alvarinho e Arinto. Além dos 55 hectares delimitados pelos imponentes muros de pedra com cerca de 6 metros, temos outras propriedades, onde temos mais alguns hectares de vinha e produzimos castas tintas como Touriga Nacional, Vinhão e Padeiro de Basto. A médio prazo a casta Padeiro de Basto é uma aposta pessoal, considero-a importante nos próximos anos para a produção de vinhos “rosados” de qualidade na região. É uma casta pouco corada, aromática e que facilmente atinge uma boa graduação alcoólica com muita acidez, produzindo vinhos frescos e estruturados, apreciados pelo mercado.
Estamos numa região de propriedade muito dividida, em que o emparcelamento é muito difícil e com falta de área para expandir a cultura da vinha. Hoje é notório um incremento geral na qualidade dos Vinhos Verdes resultante da reestruturação da vinha, aposta na tecnologia e no capital humano, sendo fundamental para os resultados que estamos a ter no mercado interno e externo. A juntar ao nosso atual projeto de produção de vinhos, vamos apostar no Enoturismo. Temos o grande desafio a curto prazo de reconstruir as “velhas instalações” da quinta com a arquitetura da época, convertendo-as numa moderna sala de provas, um núcleo museológico e centro de interpretação do Vinho Verde, onde os visitantes poderão desfrutar do momento, degustando os vinhos Quinta D’Amares com vista privilegiada sobre a vinha, Mosteiro e Aqueduto. Acreditamos que no futuro será um ponto de visita turístico de excelência da região dos Vinhos Verdes.
“Vamos continuar a marcar presença no SISAB PORTUGAL, onde esperamos sempre receber os nossos clientes internacionais e todos os importadores que pretendam criar uma parceria forte e estável com os vinhos Quinta D’Amares”
MP- Em termos de marca, como se apresenta a marca Quinta D´Amares ao mercado?
João Pires- Estamos no concelho de Amares e esta é uma das quintas de referência na região dos Vinhos Verdes, pela sua componente histórica, beleza e dimensão. É um projeto que representa o sonho e a paixão de uma família que está ligada à produção de Vinhos Verdes há muitos anos, em que a máxima de produzir com rigor, qualidade e respeito pela Natureza, é incorporada no dia a dia de quem está ligado a este projeto.
Temos uma gama de Vinhos Verdes que potencia as castas produzidas na nossa propriedade. Poderia ser mais um portfólio comum a outros tantos produtores da região, no entanto os nossos vinhos destacam-se e apresentam uma boa relação qualidade/preço. Temos no nosso portfólio vinhos distintos, que se enquadram em diferentes segmentos/momentos de consumo. Além dos vinhos Quinta D’Amares que o mercado já conhece, iremos apresentar brevemente novos vinhos resultantes do desafio lançado à nossa equipa de enologia, de criar uma linha de vinhos que transmita todo o caracter das nossas principais castas e a pureza do nosso terroir. Próximo do final do ano iremos apresentar, com aproximadamente 2500 garrafas numeradas, um Alvarinho e um Loureiro, ambos com estágio em barrica de carvalho francês.
A juntar aos dois vinhos com estágio em barrica, iremos também lançar um Espumante Reserva da casta Arinto.
A imagem e comunicação também são fundamentais para o nosso sucesso no mercado, um investimento significativo, mas que julgamos ser importante para transmitir ao consumidor toda a mensagem que a marca incorpora. O objetivo principal é expandir no mercado externo, trata-se de uma aposta a médio prazo, objetivo que esperamos conquistar, acrescentando novos mercados aos que atualmente já trabalhamos com boa dinâmica de vendas.
Produzir Vinhos Verdes diferenciados e de qualidade é a nossa “marca”, sedimentar a posição no mercado nacional e expandir nos mercados internacionais é o nosso objetivo. Para nós, é fundamental que o consumidor entenda que cada garrafa dos nossos vinhos incorpora um momento único, transmitindo-lhe a mensagem da sua origem, das vinhas bem cuidadas e com uma produção sustentável, da vinificação numa adega apetrechada com a mais moderna tecnologia e sempre com a orientação técnica de reputados enólogos, criando assim parcerias fortes com base na qualidade e diferenciação, a um preço justo.