Faro prepara roteiro do património religioso pelas ermidas da cidade

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A recém-recuperada Ermida de Santo António, em Faro, pode ser o ponto de partida para a reabilitação de outros edifícios municipais e a criação de um roteiro turístico religioso, revelou o diretor do Museu Municipal de Faro.

Uma proposta feita ao Orçamento Participativo Nacional de 2017 permitiu angariar os 70.000 euros necessários à recuperação daquela ermida, encerrada nos anos 90, devolvendo à população a ampla vista sobre a cidade e a Ria Formosa.

Segundo disse à Lusa Marco Lopes, ainda sem prazo, mas já em preparação, está a ideia de lançar um roteiro turístico do património religioso, com a conservação e reabilitação a serem “alargadas a outros espaços religiosos de tutela municipal, como a Ermida de São Sebastião, da Capela do Repouso ou a do Bonfim”.

Uns espaços dentro da cidade, outros na periferia, que serão alvo de restauro, também do ponto de vista da investigação”, para que venham a ser “abertos ao público numa perspetiva turística de visita à cidade”, revelou o diretor do Museu Municipal de Faro.

A Ermida de Santo António do Alto reabriu ao público em meados de junho, depois de concluídas obras de conservação, prevendo-se que num espaço contíguo possa reabrir no próximo ano o Museu Antonino da cidade, encerrado na década de 90 por falta de visitantes e pela degradação do edifício.

Após as obras, a intenção é que o espaço passe a ter um funcionamento regular e faça “parte de um roteiro turístico alargado de visita a locais de interesse histórico, algo que já aconteceu no passado com a ermida e o miradouro, e que possa ser um dos pontos mais visitados da cidade”, refere Marco Lopes.

A ideia é que se torne em mais um ponto turístico que junta vários interesses, o património e o histórico, com a ermida, mas também o paisagístico, com a vista do seu miradouro, “que dá para perceber a própria organização territorial da defesa da cidade em tempos mais recuados” e museológica, assim que reabrir o museu.

O museu dedicado ao culto de Santo António foi criado no início dos anos 30, do século XX, “com a recolha muito heterogénea de alguns objetos, artefactos e símbolos, associados ao culto de santo António, à biografia e aos percursos que fez”.

Na década de 90, por falta de visitantes e até por questões de segurança do edifício, foi encerrado e o acervo transferido para as reservas do Museu Municipal.

Com a abertura do Museu Antonino, prevista para o primeiro trimestre de 2020, há um regresso de parte desse acervo, ao seu local de origem, mas com uma nova perspetiva.

A organização do espaço não vai ser a mesma da que era nos anos 30 e a coleção não vai ser exposta na sua totalidade, estando em fase de preparação pelos técnicos do Museu Municipal e a Direção Regional de Cultura do Algarve, revelou Marco Lopes.

A diferente abordagem dada, hoje em dia, pelos museus às suas exposições leva a que seja a investigação a ditar quais as peças a selecionar, de forma a que produzam “informação e contextualização para o visitante ficar esclarecido, mas que não fique apenas com a visão local, mas nacional e internacional” do culto a Santo António.

As preocupações visuais e estéticas, para que seja apelativo na exibição das peças, estão presentes na preparação da nova exposição, que se irá cruzar com outras valências que não apenas as expositivas.

Esta “nova vida” do museu, não se fica pela exposição, já que se prevê que seja o ponto de lançamento de outras atividades dos serviços educativos dos Museus Municipal e Regional, numa componente lúdica e pedagógica.

O pátio e as casas anexas à ermida e o Museu Antonino serão palco de eventos culturais, concertos e tertúlias sobre o património religioso.

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