Não se trata apenas de um maravilhoso monumento, é um local cheio de vida onde atualmente se produz um dos melhores
Alvarinhos que se conhece, precisamente o ‘Palácio da Brejoeira’. Vale a pena ir até lá e foi o que nós fizemos…
Quem vai de Monção para Arcos de Valdevez, encontra logo à saída, do lado direito, um Palácio deslumbrante, não só pela sua arquitetura mas também pelo magnífico jardim inglês que ostenta na sua frontaria. Vamo0s lá conhecer um pouco da sua história
Começado a ser construído no século XVIII e erguido no Alto Minho, o Palácio da Brejoeira é, ainda hoje, cenário de vida, graças à produção de vinho Alvarinho que se faz nos seus terrenos. Está aberto ao público e a visita promete diversidade: do bosque ao jardim inglês, da capela à adega antiga, onde matura a Aguardente Velha, passando por uma casa senhorial que se apresenta majestosa, incluindo um jardim de inverno, uma extensa biblioteca e um teatro, e repleta de peças de mobiliário império, há muito para ver numa atmosfera romântica.
Foi no lugar da Brejoeira, no concelho de Monção, que começaram, há cerca de 210 anos, as obras para o que viria a ser, quase trinta anos depois, o Palácio da Brejoeira. Mandado erguer por um cavaleiro da Ordem de Cristo, e fidalgo da Casa Real, Luís Pereira Velho de Moscoso, o palácio chegou à ruína, mas é, hoje, palco de muita vida já que, para além de visitas, as vinhas em redor recebem ainda a produção de vinho da casta Alvarinho e de Aguardente Velha.
Quedas e Ascensões
Concluído pelo filho de Luís Pereira Velho de Moscoso, pensa-se que o palácio foi projetado pelo arquiteto bracarense Carlos Amarante. As pinturas dos salões ficaram a cargo de um artista de Valença chamado Clemente. Quando em 1901, a propriedade é comprada pelo Conselheiro Pedro Maria de Fonseca Araújo, um prestigiado comerciante do Porto, o palácio, estilo neoclássico, estava em ruínas. O novo proprietário contratou um arquiteto de Seixas, Ventura Terra, para proceder ao restauro, instalar eletricidade e construir o teatro com cenário que reproduz a fachada do edifício, o jardim de inverno e a capela. Data também desta altura o bosque, o lago e as grutas, da autoria de um horticultor do Porto, Jacinto de Matos. O palácio tem ainda uma vasta biblioteca: com inúmeras enciclopédias, diários de governo e obras dos séculos XIX e XX, alinhadas em estantes de pau-preto.
Nota-se a presença de ligações reais pelo palácio fora: do busto de D. Manuel II no jardim de inverno ao salão dedicado a D. João VII, passando pelo luxuoso quarto do rei. Até aos anos 20, eram muitas as festas palacianas e os ilustres visitantes. Em 1910, D. Afonso de Bragança, irmão do rei D. Carlos, visita Monção e fica hospedado na Brejoeira. Esta simpatia real virá a custar ao herdeiro de Pedro de Araújo o exílio. Desde esta data que a propriedade é Património Nacional.
Na década de 30, o palácio é adquirido pela família da que era, até à sua morte, em dezembro do ano passado, a proprietária, Maria Hermínia de Oliveira Paes. Ocupando, ultimamente, uma ala reservada, Maria Hermínia viveu na Brejoeira desde os dezoito anos, altura em que o pai comprou e lhe ofereceu a propriedade, até ao fim da sua longa vida. Foi ela quem iniciou, no fim dos anos 70, a produção de vinho de casta Alvarinho, que ainda hoje é produzido nas vinhas circundantes, que ocupam 18 dos 30 hectares de terreno da antiga quinta.
Para visitar
A visita ao palácio, a capela e os jardins, a entrada custa 5€. Se quiser ver também o bosque, a adega antiga e as vinhas, o bilhete custar-lhe-á 7,50€. Uma visita a tudo isto, com direito a prova do vinho Alvarinho Palácio da Brejoeira, fica por 10€. De outubro a março, as visitas fazem-se de 3ª feira a domingo, das 9h às 12h e das 14h às 17h30. Já se quiser conhecer a propriedade de abril a setembro, poderá fazê-lo todos os dias, no mesmo horário.