José Teixeira da Silva, mais tarde conhecido por Zé do Telhado, nasceu em 1816, no lugar do Telhado, freguesia de Castelões de Recesinhos, em Penafiel. No exército, em Lisboa, destacou-se pelo seu comportamento militar e pela sua postura destemida ao serviço dos “Lanceiros da Rainha”. Com o fim da guerra civil, em 1837 casa com a sua prima Ana. Regressa, então, a Recesinhos, onde constitui família.
Com a Revolução da Maria da Fonte, em 1846, José do Telhado integra a revolta popular. Durante os confrontos, chega mesmo a salvar a vida do general Sá da Bandeira, sendo por este feito, posteriormente condecorado por ele, com a medalha de Cavaleiro de Torre e Espada.
Com o fim destas revoltas, a sua família começou a passar por dificuldades, por falta de dinheiro. A partir daí, e como já tinha alguma prática herdada da família, começou a dedicar-se à “arte” de assaltar.
Pensa-se ter formado um grupo, tal como Robin dos Bosques em Inglaterra, com o qual praticava assaltos às casas dos senhores mais ricos das redondezas.
Diz-se que em todo o Vale do Tâmega e mesmo algumas regiões do Douro, poucas foram as casas senhoriais que não receberam a “visita” da malta do Zé do Telhado.
Há, porém, um dado interessante na sua história: parece que o Zé do Telhado, para além de tratar sempre com muito respeito os donos das casas assaltadas, não costumava ficar com tudo só para si, distribuía-o pelas famílias pobres suas vizinhas. É a partir daí que lhe é atribuída a lenda de “roubar aos ricos para dar aos pobres”.
Foi preso, julgado e condenado em Angola, onde veio a morrer em 1875.
A lenda do Zé do Telhado ficou, para sempre, escrita na memória das terras de Penafiel e arredores.