A afirmação da cantora, atualmente a residir em Lisboa, foi feita através de um comunicado divulgado, citado pela agência Associated Press. Madonna, que deverá atuar em Israel, afirmou que o seu coração “parte-se” de cada vez que ouve falar “nas vidas inocentes que se perdem nesta região” e “na violência que é tantas vezes perpetuada para servir os objetivos políticos de pessoas que beneficiam deste conflito antigo [entre israelitas e palestinianos]”.
A cantora revela que reza “por um novo caminho até à paz”.
Este ano, o Festival Eurovisão da Canção decorre em Israel e é organizado pela União Europeia de Radiodifusão (EBU, sigla em inglês) em parceria com a KAN.
Israel acolhe o concurso, depois de o ter vencido, pela quarta vez, no ano passado com o tema “Toy”, interpretado por Netta.
Em junho do ano passado, diversas organizações culturais palestinianas apelaram ao boicote ao concurso, sublinhando que “o regime israelita de ocupação militar, colonialismo e apartheid está descaradamente a usar a Eurovisão como parte da sua estratégia oficial ‘Brand Israel’, que tenta mostrar ‘a face mais bonita de Israel’ para branquear e desviar a atenção dos seus crimes de guerra contra os palestinianos”.
Em setembro, mais de uma centena de artistas de todo o mundo, incluindo de Portugal, manifestaram apoio a esse apelo.
Já este ano, em janeiro, mais de 60 organizações, a maioria de defesa dos direitos LGBTQIA, de vários países, Portugal incluído, apelaram aos membros daquela comunidade para que boicotem o concurso.
Em abril, o músico Roger Waters, dos Pink Floyd, aconselhou Madonna e todos os concorrentes do 64.º Festival Eurovisão da Canção a lerem a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Num artigo de opinião, intitulado “Se acreditas em Direitos Humanos, Madonna, não atues em Telavive”, publicado a 17 de abril no jornal britânico The Guardian, o músico exortava “todos os jovens concorrentes – na verdade todos os jovens, na verdade todas as pessoas jovens e velhas, e isso inclui Madonna – a lerem a Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU)”, lembrando que esta “foi traduzida em 500 línguas, para que qualquer pessoa possa conhecer os seus 30 artigos”.
A cantora inicia a 12 de setembro em Nova Iorque a digressão “Madame X”, uma “série de concertos intimistas”, que passará ainda nos Estados Unidos da América por Los Angeles, Boston, Filadélfia e Miami. A digressão passará pela Europa em 2020, no início do ano pelo Coliseu de Lisboa, em datas a anunciar.
Dino d’Santiago, Celeste Rodrigues, Fábia Rebordão, Ricardo Toscano, Gaspar Varela e as batucadeiras de Cabo Verde são alguns dos artistas com quem Madonna se cruzou nos últimos meses, a avaliar pelas fotografias e vídeos que tem divulgado nas redes sociais.
Feito com a colaboração do produtor francês Mirwais, o álbum “Madame X” apresenta 15 temas entre os quais uma versão de “Faz gostoso”, da cantora portuguesa Blaya, que Madonna interpreta em português com a artista brasileira Anitta, e “Medellín”, o primeiro ‘single’, que é um dueto com o músico colombiano Maluma. Este último tema foi apresentado ao vivo na semana passada na entrega de prémios da Billboard.