Antigo palácio real e monumento nacional, é hoje um magnífico museu e o único palácio visitável em Lisboa que ainda conserva, de um modo fidedigno, a disposição e decoração das salas ao gosto do séc. XIX, nomeadamente os aposentos dos monarcas e a sala de trono. Situado no alto da colina da Ajuda, com vista deslumbrante sobre o rio Tejo, o Palácio integra importantes coleções de artes decorativas dos séculos XVIII e XIX: ourivesaria, tapeçaria, mobiliário, vidro e cerâmica, bem como coleções de pintura, gravura, escultura e fotografia.
Edificado entre os séculos XVIII e XIX, o Palácio Nacional da Ajuda serviu, durante dezenas de anos, como residência da Família Real portuguesa.
Mandado construir em 1794, foi em 1826 que o palácio foi pela primeira vez usado como habitação real, instalando-se nele a infanta D. Isabel Maria, regente do reino. Porém, apenas em 1861 ganhou o estatuto oficial de residência régia.
Trata-se de uma arquitectura do tipo civil residencial, de estilo neoclássico, de planta sensivelmente quadrada, organizando, em torno de um pátio quadrangular, quatro alas, cuja volumetria em forma de paralelepípedo é coberta por telhados a duas águas, articulados nos ângulos.
A fachada este, tornada principal, apresenta uma organização em três corpos, integralmente em pedra de lioz. No nível térreo do corpo central abrem-se três arcos de acesso ao grande vestíbulo, onde se rasgam vários nichos preenchidos com estátuas figurando Virtudes, sobre os quais se eleva a varanda nobre, para onde abrem três janelões rectangulares inscritos em arcos de volta inteira e ladeados por colunas.
Este corpo central, destacado, é rematado por um frontão com as armas reais. Os corpos laterais apresentam três ordens de oito janelas e os torreões de planta quadrada, que lateralmente os rematam, quatro ordens de três janelas, sendo encimados por 12 troféus.
O alçado sul, por seu turno, organiza-se em três pisos, em cada um dos quais se rasgam 19 janelas. Uma série de nichos vazios abre-se na base da fachada, que compensa o desnível do terreno.
No interior, há a destacar, entre as inúmeras salas do palácio, no primeiro andar, a Sala dos Archeiros (com pinturas nas sobreportas e troféus nos ângulos); a Sala do Porteiro da Cana (em cujo tecto se observa uma composição em perspectiva arquitectónica); a Sala de Espera ou da Audiência (com uma representação do regresso de D. João VI do Brasil); a Sala de D. Sebastião ou dos Cães (com tecto de André Monteiro e sobreportas de Cunha Taborda); a Sala do Despacho ou do Beija-mão (nos muros observam-se seis tapeçarias de Aubusson, da série História de Alexandre, e no tecto uma alegoria da Felicidade Pública, de Cirilo Wolkmar Machado); a Sala de Música (tecto em grisailles da autoria de Felisberto António Botelho); e ainda a Salinha de Saxe e a Sala de Mármore ou jardim de Inverno.
No segundo andar, registe-se a Sala Oriental (dotada de mobiliário e adereços oriundos da China e do Japão); a Sala de D. Fernando (guarnecida de madeira de carvalho, tecto de caixotões e mobiliário ao gosto holandês e alemão); a Sala Império (em cujos muros se observam três tapeçarias de Aubusson); a Sala dos Gobelins (com várias tapeçarias daquela oficina, executadas segundo cartões de Audran de 1782 e cuja temática são costumes turcos); a Sala do Trono (com pé-direito muito elevado, apresenta uma composição de temática alegórica no teto, da autoria de Máximo dos Reis); a Sala dos Embaixadores (de planta elíptica, integralmente revestida de mármore); a Sala de jantar (com trabalhos de talha de Leandro Braga); e ainda a Sala do Corpo Diplomático, a Sala de D. João VI e a Sala da Aclamação ou da Tocha.
Para visitar
O ingresso para visitar este palácio fica pelos 5€. Há algumas situações em que a entrada é livre como nos primeiros domingos de cada mês para visitas individuais e grupos até 12 pessoas, crianças até aos 12 anos inclusive, pessoas em situação de desemprego, e visitantes com mobilidade reduzida e um acompanhante.
As visitas realizam-se entre as 10 e as 18 horas exceto à quarta-feira, para descanso semanal, 1 de janeiro, domingo de Páscoa, 1 de maio, 13 de junho e 15 de dezembro.
Como chegar: O Palácio da Ajuda situa-se no alto da Calçada da Ajuda, rua que liga a zona da Ajuda a Belém. O estacionamento é fácil nas imediações
Comboios: CP (linha do Estoril): estação de Belém.
Autocarros urbanos:
Carris: 18; 729; 732; 742; 60.