O centro da cidade de Oliveira de Azeméis acolhe no sábado e no domingo a 23.ª edição do Mercado à Moda Antiga, que, segundo a autarquia, é uma fonte significativa de verbas para 90 coletividades e instituições do concelho.
Ocupando cerca de 38.000 metros quadrados ao longo das ruas e praças mais emblemáticas da cidade, o evento de entrada livre recorre a cerca de 2.000 figurantes ligados a associações, escolas e outros organismos do concelho para recriar as práticas comerciais e sociais do antigo mercado mensal da Praça dos Vales.
Na passagem do século XIX para o XX, essa feira reunia em Azeméis os principais produtores e comerciantes da região, pelo que é com trajes, ofícios, produtos e animação típicos da época retratada que a iniciativa procura recuperar tradições antigas e dá-las a conhecer aos milhares de visitantes que vem recebendo em cada edição.
“O Mercado à Moda Antiga engloba uma multiplicidade de atuações e propostas que se traduzem nas tradições e costumes de antigamente, e o Festcordel [Festival Internacional do Verso Popular], novidade em que apostamos este ano, vem valorizar a recuperação dessa prática genuína que era o verso popular por poetas repentistas”, afirmou à Lusa o presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, Joaquim Jorge Ferreira.
Com o lançamento do Festcordel, que envolve uma competição de desgarradas, cantares ao desafio e verso popular por artistas de Portugal, Espanha, Brasil e Marrocos, o orçamento municipal global do Mercado à Moda Antiga é este ano de 45.000 euros.
O autarca acredita, no entanto, que muito maior é a receita total que o evento representa para os participantes que aí dinamizam espaços de venda ou restauração – no que se refere a 70 artesãos e às já referidas 90 entidades, entre as quais associações culturais e desportivas, escolas e instituições de apoio social.
“Os resultados das coletividades são certamente uma fonte de financiamento para a atividade do nosso movimento associativo ao longo do ano”, disse Joaquim Jorge Ferreira.
O Mercado à Moda Antiga de Oliveira de Azeméis envolve um programa de “animação constante e diversificada” que inclui uma feira regional de produtos hortícolas e alimentares, bancas de artesanato, dezenas de tabernas e outras tantas oficinas de artes e ofícios tradicionais, como os relativos ao fabrico de pão de Ul, barbearia, tecelagem, costura, produção de tamancos e escrita em ardósia, entre outros.
Em termos musicais, o cartaz inclui uma homenagem às seis bandas filarmónicas do concelho e prevê também a atuação de ranchos folclóricos e grupos de cavaquinhos, concertinas e percussão, ao que acresce ainda um concerto pela Fanfarra Káustica e performances por fadistas e outros artistas. O evento conta igualmente com carrosséis a pedais, sessões de contos, teatro de rua, marionetas, arruadas e jogos tradicionais.
“É toda esta riqueza que os oliveirenses vão reviver com orgulho ao levar para as ruas a sua identidade e memória, numa iniciativa demonstrativa da força e do dinamismo do nosso movimento associativo”, concluiu Joaquim Jorge Ferreira.