Na Marinha Portuguesa, o primeiro Sagres data de 1884. Inicialmente, o primeiro Sagres (I) era uma corveta mista – com propulsão a velas e a vapor – que possuía um casco em madeira. Foi construída nos estaleiros de Messrs, em Inglaterra.

A Sagres em Massarelos no rio Douro em 1884
Durante a sua carreira, a corveta Sagres desempenhou várias funções diplomáticas e coloniais. Em 1862 fez uma viagem diplomática a Génova. Entre 1863, em 1865 e em 1873 fez comissões na Estação Naval de Angola.
Em 1876 deixou de navegar, sendo transformada em Escola de Alunos Marinheiros, estando permanentemente ancorada no rio Douro, junto ao Porto.
Serviu como navio-escola até ao ano de 1898, ano em que foi abatida ao efetivo.
O Sagres II é de 1896 e foi construído na Alemanha, em Bremerhaven, com o nome de Rickmer Rickmers. Tinha a Alemanha declarado guerra a Portugal, quando este Rickmer Rickmers, localizado nos Açores, foi arrestado, decorria o ano de 1916. “Flores” foi o seu novo nome e foi ao serviço do transporte de ingleses que esteve, até ao momento em que foi devolvido aos portugueses.

O velho navio-escola Sagres II (na foto preto e branco ao serviço de Portugal) é hoje um navio-museu no porto de Hamburgo com o primeiro nome, Rickmer Rickmers (drta)
Em 1924, cessou os seus serviços, enquanto navio mercante, e principiou a sua incorporação na Marinha Portuguesa onde serviu como navio-escola sob o nome de Sagres, o segundo.
Foi do Dr. Pedro Teotónio Pereira (à época, Ministro da Presidência) grande parte da responsabilidade nesta compra. A sua determinação e as suas fortes convicções levaram a que esta operação fosse bem-sucedida.
Na Marinha Portuguesa a Sagres II ficou célebre mundialmente pelas cruzes de Cristo nas suas velas. Em 1958 o navio venceu a regata Tall Ships’ Races.
SAGRES III – À Conquista do Mundo
Em 1961, Portugal sentiu a necessidade de substituir o seu Sagres II, por isso viu no ‘Guanabara’ um excelente substituto. Construído na Alemanha, o navio data de 1937. Foi fabricado em Hamburgo, nos estaleiros da Blohm & Voss.
Os Estados Unidos da América capturaram-no no final da II Guerra Mundial (1939-1945), tendo esta embarcação sido, posteriormente, vendida à Marinha do Brasil por uma quantia meramente simbólica (5000 dólares), decorria o ano de 1948.
‘Guanabara’ foi o nome dado pela marinha brasileira ao navio, que após a sua compra se serviu dele enquanto navio-escola até ao ano de 1961.
Portugal não hesitou em pagar 150.000 dólares por aquele que se tornou o seu novo Navio Escola.
Foi no dia 08 de fevereiro do ano de 1962 que Sagres (o III), herdando o nome do antecessor, se tornou parte da Marinha Portuguesa, entrando ao seu serviço.
O Navio Escola Sagres tem estado ao serviço Marinha Portuguesa desde então e foi nessa condição que já realizou 3 voltas ao mundo. Na primeira vez que realizou esse enorme feito, iniciou o seu percurso no ano de 1978 e concluiu o mesmo no ano seguinte.
Pode dizer-se que tomou o gosto e, em 1983, iniciou a sua segunda aventura pelo mundo, terminando-a no ano que se seguiu, em 1984. Para realizar a última viagem, teve que esperar pelo ano de 2010, tendo concluído o percurso nesse mesmo ano.
De acordo com a Marinha, a principal missão do Navio-Escola Sagres é: “possibilitar o contacto com a vida no mar aos cadetes da Escola-Naval, os futuros oficiais da Marinha, através das viagens de instrução a bordo do navio”.
O Sagres III permite que os cadetes da Escola Naval treinem e contactem com o universo marítimo. É um símbolo português não apenas para estes alunos que se tornarão nos futuros oficiais da Marinha Portuguesa, mas também para todos os portugueses.
Por isso, é indispensável a sua presença ativa nas águas nacionais e internacionais, a representar Portugal – e a Marinha Portuguesa – pelo mundo fora.