Os militares portugueses que se mantêm em Moçambique estão a assegurar comunicações e a realizar operações de purificação de água
Dos 47 militares militares portugueses da Força de de Reação Imediata destacada para Moçambique, seis continuam naquele país.
Nos últimos dias têm mantido o apoio ao Consulado de Portugal na Beira “em sistemas de comunicações suportados via satélite (voz e dados sobre IP), através da rede militar interligada a Portugal”, explica o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) num comunicado enviado ao ‘Mundo Português’.
A equipa, formada por um militar da Força Aérea e cinco do Exército e liderada pelo Major Ivo Cavaco da Força Aérea, pertence ao Posto de Comunicações Móveis e de Engenharia da Força de Reação Imediata, que regressou na sua maioria a Portugal, no dia 31 de março.
Os seis militares que permanecem na região da Beira estão a dar continuidade ao trabalho iniciado a 22 de março por essa Força.
Para além de assegurar a comunicação por satélite, estão envolvidos ainda em operações da estação de purificação de água em Nhamatanda, povoação situada a 107 quilómetros da Beira.
O apoio de operação da estação de purificação de água está a ser assegurado em coordenação com o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades de Moçambique, com a agência governamental Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água e com os elementos das Nações Unidas responsáveis por este setor.
A 29 de março, dois dias antes do regresso a Portugal, a equipa médica do Exército, que integrava a Força de Reação Imediata, fez uma campanha de vacinação junto da comunidade portuguesa, nas instalações do consulado português na Beira.
Foram vacinados naquele dia mais de 600 portugueses, com vacinas contra doenças como a cólera, tétano e hepatite disponibilizadas pelo Hospital das Forças Armadas (HFAR) e pelo Laboratório Militar do Exército.
Nove dias de apoio à população
Os 41 militares portugueses que na manhã de 31 de março aterraram no aeroporto de Figo Maduro, estivem nove dias em Moçambique em iniciativas de apoio militar de emergência na região da Beira.
A Força de Reação Imediata começou a chegar à segunda maior cidade de Moçambique a 22 de março e foi composta por militares dos três ramos das Forças Armadas – fuzileiros da Marinha, equipa médica e equipa de engenharia e apoio de serviços do Exército e da Força Aérea.
Realizou ações de apoio à população moçambicana no reconhecimento aéreo e fluvial das áreas afetadas, na busca e salvamento, na prestação de apoio médico-sanitário, purificação de água e no fornecimento de mais de cinco toneladas de alimentação de emergência e água engarrafada a populações isoladas na região da Beira.
“Salienta-se de igual forma o apoio do farmacêutico da Força (de Reação Imediata) portuguesa, que realizou ações de sensibilização e formação a populações isoladas, no âmbito da desinfeção da água com cloro que foi enviado a partir de Portugal pelas Forças Armadas portuguesas”, refere o EMGFA.
Os militares portugueses instalaram também comunicações satélite no consulado português da Beira, repondo a capacidade de contato dos portugueses residentes com os seus familiares em Portugal.
“Ao nível da engenharia, os militares portugueses efetuaram uma avaliação estrutural de diversos edifícios a pedido das autoridades moçambicanas, o que irá permitir efetuar uma estimativa de custos para reabilitação destas infraestruturas”, conclui o comunicado do EMGFA.
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Portugal tem assistido nos últimos dias a um constante “vai-vem” de militares e forças civis que estão a prestar apoio humanitário às populações de Moçambique após a passagem do ciclone Idai. Todos se mostram orgulhosos e empenhados com o trabalho prestado na Beira, que permitiu distribuir alimentos, água e outros cuidados de saúde à população.