A Organização das Nações Unidas calcula que em 2050 a população mundial seja de 9,7 biliões de pessoas. A ONU está até sexta-feira a discutir o impacto do aumento populacional no desenvolvimento sustentável do planeta.
A Organização das Nações Unidas(ONU) calcula que até ao final de 2019 haja cerca de 7,7 biliões de habitantes no planeta. Um número que deverá aumentar para 9,7 biliões, em 2050.
E na década de 2060, a fertilidade poderá atingir 2,1 nascimentos por mulher, considerada a taxa necessária para que as populações se estabilizem a longo prazo.
Desde a passada segunda-feira e até à próxima sexta, 5 de abril, a ONU está a discutir o impacto do aumento populacional no desenvolvimento sustentável da Terra.
A 52ª Sessão da Comissão sobre População e Desenvolvimento foi aberta pela vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, e vai avaliar os progressos no Programa de Ação adotado na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, lançado no Cairo, Egito, há 25 anos.
Perceber como “o tamanho, estrutura e distribuição da população mundial tem implicações profundas no esforço global para promover o desenvolvimento sustentável”, é um dos objetivos deste encontro.
Amina Mohammed, que abriu o encontro em representação do secretário-geral da ONU, António Guterres, sublinhou que desde 1994 há menos pessoas a viver “em extrema pobreza, o risco de morte materna diminuiu em mais de 40% e a educação primária expandiu os horizontes de milhões de pessoas”.
Mas há ainda “lacunas na implementação e muitos desafios permanecem”, já que em alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os esforços não acompanham o crescimento populacional, frisou a vice-secretária-geral da ONU.
Num mundo em que há cada vez mais mulheres com acesso a modernos métodos de contracepção, em 44 países menos da metade das mulheres que procuram esses serviços, obtêm resposta, refee uma notícia publicada pela ONU News.
E a atual lacuna na expectativa de vida entre as regiões mais e menos desenvolvidas, é de 15 anos.
A taxa de mortalidade de crianças com menos de cinco anos é 15 vezes melhor na África subsaariana do que nas regiões mais desenvolvidas. Apesar das taxas de mortalidade infantil terem caíso pela metade desde 1994, refere ainda a publicação.
Mais educação e de maior qualidade
Amina Mohammed alertou ainda que devem ser feitos mais esforços no sentido de oferecer um acesso universal a uma educação de qualidade, em particular às jovens.
Porque por cada ano adicional de escolaridade que uma menina completa, diminuem as hipóteses de gravidez precoce.
E diminuem também as taxas de mortalidade materna e o número de filhos e aumenta o rendimento disponível para combater a pobreza, lembrou a responsável.
Amina Mohammed afirmou que existe uma “ampla evidência” do que funciona para manter os alunos na escola, como programas de transferência de dinheiro, crédito para os mais desfavorecidos e programas de lanche escolar, escreve a ONU News.
E é também necessária “uma revolução nos padrões de qualidade para preparar os jovens para a economia do século 21”, incluindo a educação continua e o acesso à tecnologia.
O tema das alterações climáticas foi também abordado pela vice-secretária-geral da ONU na abertura da 52ª Sessão da Comissão sobre População e Desenvolvimento.
Amina Mohammed lembrou que “os mais pobres do mundo enfrentam os impactos mais severos da mudança climática, embora tenham contribuído menos para a sua causa”.
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