Dois líderes comunitários defendem que as associações portuguesas continuam a ser importantes na promoção da cultura portuguesa no Canadá. Mas “necessitam de se voltar para os mais jovens”.
O “orgulho em ser português” acaba por ser um dos motivos principais que fazem os jovens lusodescendentes continuarem ligados às raízes e à cultura portuguesas, disse à Lusa Adam da Costa Gomes, de 21 anos.
“Hoje em dia, em países como o Canadá, é muito difícil encontrar este orgulho e ter estas ligações às tradições e às raízes e culturas portuguesas. Devo muito aos meu pais por me incentivarem e mostrarem que é bom ser português e ter orgulho nas nossas raízes”, disse o aluno de português da Universidade de Toronto.
A Associação Portuguesa da Universidade de Toronto (UTPA), organização com mais de 35 anos, promoveu no final da última semana de março um evento que juntou várias dezenas de estudantes lusodescendentes com o objetivo principal de se “mostrar à comunidade escolar”. Filho de emigrantes de S. Miguel (Açores) e de Torres Vedras (Lisboa), Adam da Costa Gomes, que há 10 anos integra o Rancho Folclórico Cultural Português de Mississauga, reconhece que “é difícil encontrar respostas para o facto de não se verificar um maior envolvimento dos jovens com a comunidade”.
São mais de 40 os clubes, as associações e os ranchos folclóricos portugueses na província do Ontário, sendo que a maioria está localizada na Grande Área de Toronto.
“É muito importante continuarmos ligados às nossas raízes e aprendermos algo mais sobre a nossa cultura”, referiu, por seu lado, Tânia Barbosa, de 21 anos. A estudante de Ciências Forenses na Universidade de Toronto, filha de emigrantes de Valença e de Arcos de Valdevez (Viana do Castelo), reconheceu ainda a “importância das associações em promoverem a cultura portuguesa em eventos como a Páscoa, o Carnaval ou a Festa dos Reis”, mas também “devem organizar eventos dirigidos para a faixa etária mais jovem”.
“Já há associações culturais a organizarem iniciativas como noites de bowling. É na associação, mas os jovens interessam-se por este género de iniciativas. Muitos não querem ir para uma festa e ouvir os ranchos. É também importante que se fale português e inglês com aqueles que não se sintam tão à vontade com a nossa língua”, justificou Tânia Barbosa, também membro da UTPA.