Foi uma equipa de militares portugueses da Força de Reacção Imediata quem encontrou um dos seis portugueses que até esta manhã estavam dados como desaparecidos.
O cidadão português dado como desaparecido pelo Consulado de Portugal na Beira era, dos seis que estavam incontatáveis, aquele que inspirava maior preocupação às autoridades portuguesas.
Segundo o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA), uma equipa de busca e salvamento constituída por quatro fuzileiros encontrou o português na manhã de hoje.
Estava a 60 quilómetros a oeste da cidade da Beira, na região de Bandua.
“A Força de Reacção Imediata planeou uma operação para tentar localizar o paradeiro do português que estava incontactável desde a passagem do ciclone”, explica o EMGFA.
Ao início da manhã, um helicóptero da Marinha indiana desembarcou em Bandua a equipa formada pelos quatro militares portugueses.
Ao fim de três horas de patrulhamento em terra, detectaram e localizarem o cidadão português “em situação estável e bem de saúde”.
A missão decorreu de um pedido do consulado português, que foi logo informado “do resultado desta operação”.
Num comunicado divulgado ao início da tarde, o EMGFA revelava que, naquela altura, a equipa de busca e salvamento e o cidadão português estavam no ponto de reunião.
Seriam “recolhidos novamente por helicóptero, de uma ONG suíça (a Mercy Air)”, pelas 16h locais (14h em Lisboa)”.
“É expectável que os militares portugueses e o cidadão encontrado, que se reunirá com a sua família, aterrem, após as 16h locais, no aeroporto da Beira”, referia ainda o EMGFA, que ainda não emitiu uma nota a confirmar a chegada dos militares e do cidadão luso ao aeroporto da Beira.
A Força de Reação Imediata das Forças Armadas portuguesas, projetada para a região da Beira, é constituída por 41 militares, sendo composta pelo Comandante da Força (Coronel do Exército), quatro elementos do seu Estado-maior, sendo três da Força Aérea, 25 fuzileiros e mais 11 militares do Exército, que formam a equipa médica de emergência com competências na área da cirurgia geral e de situações de exceção, de engenharia e de apoio de serviços.
Cinco portugueses ainda por contatar
“Neste momento são cinco que estão incontactáveis, mas que já estavam antes. Não são conhecidos da comunidade, nem sequer os seus nomes constam no consulado. São referencias de pessoas amigas, de familiares que têm dado nota de que essas pessoas poderão estar por cá, mas não há a certeza”, disse o secretário de Estado da Proteção Civil.
José Artur Neves está na região da Beira em contacto com a comunidade de 2.500 portugueses e a acompanhando as forças operacionais ali deslocadas, compostas por 110 elementos.
As forças militares e de proteção civil estão envolvidas em diversas atividades, entre as quais a distribuição de alimentos e purificação de água no distrito de Buzi, o mais alagado.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui fez pelo menos 786 mortos e afetou 2,9 milhões de pessoas, segundo dados das agências das Nações Unidas.
Moçambique foi o país mais afetado, registando até ao momento 468 mortos e 1.522 feridos, segundo as autoridades moçambicanas, que dão ainda conta de mais de 135 mil pessoas a viverem atualmente em centros de acolhimento, sobretudo na região da Beira.
Nos ultimos dois dias, os militares portugueses, da Força de Reação Imediata, têm sido empenhados em missões de distribuição alimentar de emergência e de apoio médico em aldeias isoladas na região de Buzi e em Macurongo.
A partir de sexta-feira a equipa médica do Exército, em apoio às autoridades de Saúde da Beira e do consulado português, irá administrar vacinação à comunidade portuguesa residente e, na capacidade excedente à população moçambicana naquela região.